A mortalidade materna ainda é uma triste realidade no Brasil. Entre 1990 e 2015, o índice de mortalidade materna caiu 56%, passando de 143 óbitos para 62 a cada 100 mil nascidos vivos. A má notícia, porém, é que em 2016 a taxa subiu para 64.4 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos. Segundo o médico e ginecologista Alexandre Faisal, o Brasil não vai conseguir atingir um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável traçados pela ONU, o de reduzir em 75% o número de mortes maternas, o que significaria chegar em 2015 com algo em torno de 35 mortes maternas para cada 100 mil nascidos vivos.
Os números tornam-se ainda mais preocupantes quando comparados aos de outros países, inclusive latino-americanos, para não mencionar os dados registrados em países mais desenvolvidos. Ainda segundo o colunista, 92% desses óbitos devem-se a causas como hipertensão, hemorragia, infecções e abortos provocados, bastante presentes no caso do Brasil. O problema, diz Faisal, nem sempre está na quantidade, mas sim na qualidade do atendimento. O diagnóstico e o tratamento não são adequados, ou são feitos tardiamente. “A questão é investir em saúde não apenas com foco na questão da quantidade dos indicadores de saúde, mas principalmente na qualidade dessa atenção primária às gestantes”, conclui ele.