Gestores de 19 países da América Latina e Caribe e dirigentes de agências da ONU estiveram reunidos recentemente, no Rio de Janeiro, para discutir a alimentação escolar como mecanismo em favor da Década de Ação sobre a Nutrição e da Agenda 2030 das Nações Unidas, durante o 1º Fórum da Rede de Alimentação Escolar Sustentável. Ao final do evento, elaborou-se uma carta endereçada ao 1º Fórum Regional do Pacto de Milão, na qual se reconhecem as políticas de alimentação escolar como forma de os países alcançarem objetivos em diferentes áreas estratégicas, como educação, saúde, agricultura e desenvolvimento social, territorial e ambiental.
A nutricionista Flavia Schwartzman, da Faculdade de Saúde Pública da USP, é incisiva ao afirmar que a nutrição está ligada a vários dos chamados Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “Não dá mais para a gente falar de uma alimentação de uma pessoa sem pensar na alimentação global”, afirma ela. Nesse contexto, a alimentação escolar tornou-se uma das estratégias fundamentais para a obtenção de uma boa nutrição dos estudantes nas escolas. E mais: a boa alimentação nas escolas torna possível que se garanta uma educação inclusiva – ou seja, seu alcance é muito maior do que simplesmente assegurar uma alimentação de qualidade.
Nas últimas décadas, o Brasil tornou-se uma referência internacional no que se refere às políticas, planos e estratégias da Segurança Alimentar e Nutricional. Flavia cita como exemplo o PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar). Como se não bastasse, o País foi um dos primeiros a aprovar uma lei de alimentação escolar, que, no entanto, só pode funcionar a contento se puder contar com uma gestão adequada. Só dessa forma, segundo Flavia, é possível ter um sistema de alimentação escolar sustentável.