




Mudanças Climáticas: Passado, Presente e Futuro” foi o tema discutido durante edição de 2024 da Conferência Pan-Americana de Meteorologia (CPAM), realizada entre os dias 19 e 23 de agosto, no Centro de Difusão Internacional (CDI) da USP, em São Paulo.
O evento contou com a participação de mais de 1.100 pessoas, oriundas de 14 países, com grande presença de estudantes de todos os cursos de Meteorologia do País. A conferência foi organizada em 17 sessões temáticas e 18 mesas redondas, que abordaram questões relevantes, envolvendo desde processos naturais responsáveis por oscilações atmosféricas importantes até as modificações nos padrões atmosféricos resultantes do conjunto de ações humanas ocorridas desde o início do século passado.
Nos últimos anos, a demanda por informações meteorológicas e conhecimento sobre eventos extremos de clima e mudanças climáticas tem crescido à medida que os impactos resultantes de fenômenos atmosféricos como ondas de calor, frio, chuvas intensas que deflagram inundações, enxurradas e deslizamentos de terra, assim como secas e incêndios, têm afetado o mundo, matando milhões de pessoas.
Tais eventos têm se tornado cada vez mais evidentes ao redor do mundo, estando fortemente relacionados às mudanças climáticas. Recentes situações de insegurança hídrica, alimentar, energética, saúde e até segurança nacional podem ser geradas por crises climáticas e medidas de emergência devem ser adotadas pelos países para proteger a população e os biomas.
Há muitos anos, a comunidade meteorológica sentia falta de um espaço para discussão de questões tão importantes para o País. O Brasil vem convivendo com eventos extremos em diversas regiões, como as fortes chuvas ocorridas em Teresópolis, em 2011; no Rio de Janeiro, em 2019; em Petrópolis e São Sebastião, em 2022; no Litoral Norte de São Paulo, em 2023; e, mais recentemente, com quase 95% das cidades no Rio Grande do Sul afetadas, em 2024.
Lembramos, também, de diversos eventos de seca ocorridos no Brasil, como a grande estiagem ocorrida em São Paulo em 2014, comprometendo o abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo e de diversas regiões do estado; no Pantanal, em 2021; e no Amazonas, em 2023. Estes são alguns exemplos de eventos que precisam ser melhor entendidos e uma discussão ampla como a que buscamos durante o evento é uma oportunidade muito rica para esse debate.
Tivemos a oportunidade de unir a comunidade científica de diversos países da América Latina em torno de assuntos atuais e de grande relevância para a sociedade. Além da discussão acadêmica em torno dos assuntos envolvendo as atividades científicas, questões ligadas ao sistema meteorológico do País, principalmente em relação à sua organização, coleta e compartilhamento de dados e integração de todo o serviço meteorológico, foram amplamente discutidas.
A participação dos estudantes e de um grande número de mulheres foi um dos pontos fortes da conferência. Foram apresentados 667 trabalhos, além de diversas mesas redondas e palestras de pesquisadores de destaque de todo o mundo. Os temas foram propostos por cientistas de todo o País e de países vizinhos, construindo um espaço dinâmico e inovador para discussão científica e política. Os estudantes tiveram uma oportunidade muito rica de conviver com esse importante ambiente de discussão, algo que não acontecia há muito tempo no Brasil.
Maiores informações sobre o evento podem ser encontrados no site da conferência.