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Cabe ressaltar que a maioria dos pós-graduandos se desloca de sua cidade natal, de diferentes Estados do Brasil, e vem até a USP em busca de um sonho, que é fazer pós-graduação na maior universidade do País e contribuir com a ciência. Nós, pós-graduandos, além de estarmos inseridos diretamente nas atividades de pesquisa voltadas a nossa tese e/ou dissertação, desenvolvemos também atividades de extensão voltadas à comunidade no geral. Todas as atividades construídas voluntariamente por nós para a comunidade externa são geralmente gratuitas e oferecidas a toda a sociedade.
O Programa de Pós-Graduação (PPG) em Fisiologia Humana, por exemplo, realiza anualmente o Simpósio de Fisiologia Humana do ICB da USP, um encontro de pesquisadores, jovens pesquisadores, profissionais e demais interessados, com principal papel de divulgar a ciência que é feita dentro da Universidade a alunos de outras universidades, professores, profissionais graduados e demais. Devido à instabilidade nos pagamentos, os pós-graduandos que organizam voluntariamente o 3º Simpósio do PPG Fisiologia Humana agora em 2022 estão à deriva, e serão obrigados a cancelar um evento que se iniciaria no dia 7 de dezembro e que contaria com a presença de mais de 700 inscritos de diferentes regiões do Brasil.
A suspensão do pagamento das bolsas afeta grandiosamente a vida dos pós-graduandos, e em especial afeta nossa saúde mental, pois, com base nos comunicados, não sabemos ao certo quando iremos receber o dinheiro, e isso afeta diretamente nossa sobrevivência. As bolsas não são reajustadas há um bom tempo, o que desqualifica mais ainda os valores recebidos com a inflação atual. Além disso, nós, pós-graduandos, assinamos com as agências contratos declarando dedicação exclusiva às atividades na Universidade, e não podemos exercer atividades externas, o que nos vincula, unicamente, à bolsa como nossa fonte de renda. Essa suspensão, além de afetar nossas pesquisas, as atividades de extensão e nossa saúde mental, aumenta o desinteresse e o engajamento com a carreira de pesquisa no Brasil, o que desfavorece os avanços na Ciência do nosso país.