Raquel Rolnik fala da mobilização popular como forma de mudança

A crise dos canais oficiais normais de representação popular favorece interesses que gravitam em torno do Estado, diz colunista

 02/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 17/04/2017 as 17:49

A professora Raquel Rolnik abre sua coluna semanal para a Rádio USP narrando um episódio ocorrido em Berlim, em 2008, em um de seus principais aeroportos – localizado em uma área central da cidade – fechado em decorrência de pressão exercida pelos moradores do entorno. Posteriormente, essa área, de 380 hectares (equivalente a quatro vezes o tamanho do Parque Ibirapuera), foi aberta para lazer, transformada que foi num parque.

A certa altura, porém, dada a localização privilegiada dessa área, a prefeitura propôs sua utilização para um empreendimento imobiliário, e teve aceitação pelo legislativo. Incontinenti, a população, desejosa de que a área continuasse a ser utilizada para lazer, fez valer seus direitos na forma de um referendo, cujo resultado lhe foi favorável.

A professora Raquel Rolnik usa esse episódio para chamar a atenção para a importância da mobilização popular. Ela acredita que em São Paulo, como em outros lugares do País, há uma crise dos canais oficiais de representação política da população, sobrepujados por interesses comerciais e empresariais que gravitam em torno do Estado.

Para ela, é preciso que instrumentos de pressão, como o referendo e o plebiscito, previstos em lei, sejam retomados, para que a participação e a mobilização popular possam, enfim, se tornar plenamente efetivas na defesa dos interesses comuns da população.

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