
Os acidentes com águas-vivas e caravelas sempre aumentam nesta época de verão nas praias brasileiras. Esses animais são bastante comuns no litoral brasileiro entre a primavera e o verão por causa do seu ciclo reprodutivo. Além disso, as espécies adultas caem nas correntes oceânicas e, impulsionadas pelos ventos, acabam mais perto da costa neste período, o que favorece o contato com banhistas e o risco de acidentes. O que fazer para se proteger ?
O biólogo André Carrara Morandini, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências (IB) e diretor do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar), especialista em águas- vivas, explica que existem cerca de 300 espécies desses animais em todo o litoral do Brasil e que algumas podem ser perigosas. Muitas pessoas confundem as águas-vivas com caravelas, mas são espécies diferentes de animais.

As caravelas não são águas-vivas. Elas possuem cor azul, rosa ou roxa, dependendo de diversos fatores ambientais, e tentáculos que têm inúmeras células urticantes. Em contato com a pele, podem provocar queimaduras de até terceiro grau.
Queimaduras por águas-vivas
As “queimaduras” por águas-vivas, cientificamente chamadas de “envenenamento”, ocorrem todos os anos. O veneno pode provocar inflamação, necrose, arritmias cardíacas e insuficiência respiratória. Em caso de acidente com um animal desses, o ideal é procurar um posto médico ou pedir ajuda a um salva-vidas, como orienta o biólogo da USP. É melhor evitar soluções caseiras, sem indicação médica. O local deve ser lavado com água do mar e todos os tentáculos do animal que estiverem na pele devem ser retirados.
O homem invade o meio ambiente, destruindo o habitat natural de muitos animais, e os marinhos não estão fora disso. “O ser humano é que está entrando no ambiente natural das águas-vivas e esses acidentes ocorrem por acaso, já que os animais estão levando sua vida normal e o ser humano é que entra nesse ambiente. Isso não é proposital; elas (águas-vivas) não estão caçando pessoas e essas estruturas que causam a sensação desagradável são usadas naturalmente pelos animais como defesa e captura de alimentos”, explica o especialista. Nos últimos cinco anos, particularmente na região Sul do Brasil, milhares de pessoas foram atingidas por águas-vivas.
Jornal da USP no Ar
Jornal da USP no Ar no ar veiculado pela Rede USP de Rádio, de segunda a sexta-feira: 1ª edição das 7h30 às 9h, com apresentação de Roxane Ré, e demais edições às 14h, 15h, 16h40 e às 18h. Em Ribeirão Preto, a edição regional vai ao ar das 12 às 12h30, com apresentação de Mel Vieira e Ferraz Junior. Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo do Jornal da USP no celular.