Em casos de acidentes com águas-vivas, soluções caseiras devem ser evitadas

André Carrara Morandini informa que o ideal é procurar um posto médico ou pedir ajuda a um salva-vidas, que está acostumado a lidar com esse tipo de situação

 Publicado: 07/03/2025 às 12:10
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Imagem de uma água viva para ilustrar matéria sobre o tema
As “queimaduras” por águas-vivas ocorrem todos os anos, sobretudo no verão – Foto: Alvaro Migotto/CEBIMar-USP via WoRMS / CC BY-NC-SA 4.0
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 Os acidentes com águas-vivas e caravelas sempre aumentam nesta época de verão nas praias brasileiras. Esses animais são bastante comuns no litoral brasileiro entre a  primavera e o verão por causa do seu ciclo reprodutivo. Além disso, as espécies adultas caem nas correntes oceânicas e, impulsionadas pelos ventos, acabam mais perto da costa neste período, o que favorece o contato com banhistas e o risco de acidentes. O que fazer para se proteger ?

O biólogo André Carrara Morandini, professor do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências (IB) e diretor do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar), especialista em águas- vivas, explica que existem cerca de 300 espécies desses animais em todo o litoral do Brasil e que algumas podem ser perigosas. Muitas pessoas confundem as águas-vivas com caravelas, mas são espécies diferentes de animais.

Homem branco, meia idade, barba e bigode, meio calvo, sorrindo e usando óculos, vestindo terno escuro, camisa azul clara e gravata vermelha com bolinhas brancas
André Carrara Morandini – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

As caravelas não são águas-vivas. Elas possuem cor azul, rosa ou roxa, dependendo de diversos fatores ambientais, e tentáculos que têm inúmeras células urticantes. Em contato com a pele, podem provocar queimaduras de até terceiro grau.

Queimaduras por águas-vivas

As “queimaduras” por águas-vivas, cientificamente chamadas de “envenenamento”, ocorrem todos os anos. O veneno pode provocar inflamação, necrose, arritmias cardíacas e insuficiência respiratória. Em caso de acidente com um animal desses, o ideal é procurar um posto médico ou pedir ajuda a um salva-vidas, como orienta o biólogo da USP. É melhor evitar soluções caseiras, sem indicação médica. O local deve ser lavado com água do mar e todos os tentáculos do animal que estiverem na pele devem ser retirados. 

O homem invade o meio ambiente, destruindo o habitat natural de muitos animais, e os marinhos não estão fora disso. “O ser humano é que está entrando no ambiente natural das águas-vivas e esses acidentes ocorrem por acaso, já que os animais estão levando sua vida normal e o ser humano é que entra nesse ambiente. Isso não é proposital; elas (águas-vivas) não estão caçando pessoas e essas estruturas que causam a  sensação desagradável são usadas naturalmente pelos animais como defesa e captura de alimentos”, explica o especialista. Nos últimos cinco anos, particularmente na região Sul do Brasil, milhares de pessoas foram atingidas por águas-vivas.


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