USP deve reduzir notas de corte e mudar convocação de alunos pelo Sisu

Ainda está em discussão nas unidades quantas vagas serão oferecidas no próximo vestibular

 25/05/2016 - Publicado há 8 anos
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2016_0525_grafico1Em 2015, a USP adotou, em caráter experimental, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) como forma de selecionar parte de seus alunos de graduação, mobilizando grande parcela de suas unidades de ensino e pesquisa. Do total de 11.057 vagas disponíveis na Universidade, foram destinadas 1489 para o Sisu. Destas, foram preenchidas pouco mais da metade, 814. Segundo o pró-reitor de Graduação, Antonio Carlos Hernandes, essa primeira experiência mostrou acertos e erros, que serão considerados no próximo vestibular.

O professor explica que um dos principais objetivos da iniciativa era conseguir atrair jovens talentos de outras regiões do país. De 2000 a 2016, o exame da Fuvest selecionou cerca de 11% dos alunos de estados além de São Paulo. O percentual aumentou para 15% após a adesão ao Sisu. Por outro lado, a Universidade não conseguiu avançar no número de ingressantes que estudaram na rede pública de ensino.

2016_0525_grafico2“Estamos trabalhando no sentido de atingir a meta de ter 50% dos alunos de escolas públicas, o que não é um compromisso de gestão, mas da própria Universidade”. Em 2013, o Conselho Universitário da USP aprovou a meta de ter, até 2018, metade dos alunos egressos de escolas públicas. Em 2015, a Universidade atingiu o número de 35,1%, que representa o maior índice registrado desde a criação do Programa de Inclusão Social (Inclusp), em 2006. Em 2016, o número caiu para 34,6%, mas o pró-reitor ressalva que a USP teria atingido pelo menos 39% caso todas as vagas oferecidas pelo Sisu tivessem sido ocupadas.

Segundo o professor, esta é a primeira vez em em 40 anos que a USP realiza uma alteração como essa no seu processo de ingresso. Por isso, serão feitos os ajustes nos problemas encontrados neste ano e, caso os resultados em 2017 não avancem, outras portas de entrada na Universidade poderão ser discutidas, como as cotas. Ele, defende, porém, o Sisu como a melhor forma de tornar a USP uma universidade do Brasil, dando oportunidades para todos.

O não preenchimento das vagas deu-se, principalmente, por dois motivos, aponta Hernandes. Em primeiro lugar, o fato do edital ter previsto apenas quatro chamadas, de forma que após a última, ainda havia demanda pelas vagas, que foram destinadas à Fuvest, conforme estabelecido.

Um caso exemplar é o da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), que havia destinado 10 vagas pelo Sisu, todas inicialmente preenchidas. Porém, metade dos candidatos acabaram sendo aprovados na Fuvest no curso de Medicina da USP em São Paulo – as vagas então ficaram ociosas e não puderam ser preenchidas novamente, pois a última chamada do Sisu já tinha acontecido. Assim, no próximo ano o edital deve prever chamadas até o preenchimento de todas as vagas disponíveis pelo Sisu.

Outro motivo aponto foram as notas mínimas definidas para cada uma das provas do Enem, consideradas muito altas. Em alguns cursos, a nota mínima exigida era de 700 pontos.

O número de vagas oferecidas no vestibular desse ano está sendo discutido nas unidades e deve ser definido na próxima reunião do Conselho Universitário da USP, no dia 28 de junho. O pró-reitor de Graduação afirma que pelo menos as 1489 vagas serão mantidas. A intenção é ampliar o número, chegando mais próximo dos 20%, e também conseguir a adesão de novas unidades.

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