Reportagem no “Jornal da USP” sobre desenvolvimento de vacinas leva Prêmio Infovacina 2022

Reportagem especial em quatro partes aborda os desafios de fazer vacinas no País, e é assinada por Bernardo Yoneshigue, Júnior Moreira Bordalo e Milena Hildete, com supervisão e edição de Luiza Caires, editora de Ciências do “Jornal da USP”

 06/12/2022 - Publicado há 2 anos
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

 

A reportagem especial Da concepção ao envase: o Brasil pode desenvolver as próprias vacinas? publicada no Jornal da USP pelos jornalistas Bernardo Yoneshigue, Júnior Moreira Bordalo e Milena Hildete, com supervisão e edição de Luiza Caires, ficou em primeiro lugar na categoria Reportagem Coletiva no Prêmio Infovacina 2022. O trabalho foi publicado numa série em quatro partes que aborda os desafios de fazer vacinas no País.

Ao todo, foram inscritas 24 matérias pelos 15 jovens jornalistas participantes do Programa Infovacina Trainee (com até três anos de experiência) de todas as regiões do Brasil. Todas as reportagens foram produzidas com mentoria de jornalistas experientes e publicadas em veículos de comunicação durante o treinamento, iniciado em agosto. Dentre os 24 textos, foram 19 individuais e cinco coletivos, sendo premiados os trabalhados eleitos em 1º, 2º e 3º (individual) e 1º (coletivo, com dois ou mais autores).

O júri foi composto com Yael Berman, repórter de fact-checking da Agence France-Presse (AFP); Fabiana Cambricoli, repórter especial do Estadão; e Luís Fernando Correia, médico e colunista na Rádio CBN. Originalidade do conteúdo, extensão e complexidade da apuração e impacto social da informação foram levados em consideração na escolha das matérias ganhadoras.

 

 

Categoria individual

A matéria Cobertura vacinal de gestantes no RS está abaixo da meta – e não é de hoje, de autoria de Samara Wobeto, feita sob mentoria de Luís Felipe dos Santos (Aos Fatos) e publicada no Matinal, foi a grande vencedora do Prêmio InfoVacina Trainee na categoria Reportagem Individual.

O prêmio de 2º lugar em reportagem individual foi para o repórter de O Globo, Bernardo Yoneshigue, com o texto Pouco conhecidos, centros vacinam vulneráveis, com mentoria da jornalista de Ciências Luiza Caires. O terceiro lugar foi para o jornalista de Recife, Yuri Eusébio, que publicou no Marco Zero Conteúdo – com mentoria da repórter Maria Carolina Santos – a matéria Itapissuma dá exemplo ao Brasil e vacina 100% das crianças contra a poliomielite.

O programa

Os quinze jornalistas participantes do InfoVacina Trainee 2022 foram divididos em cinco grupos, recebendo a mentoria de jornalistas experientes que participaram da primeira edição do programa, com interação diária e encontros online semanais. Os mentores foram Luís Felipe dos Santos (editor no Aos Fatos), Ana Bottallo (repórter na Folha e vencedora do 1º prêmio InfoVacina de Jornalismo na categoria Explicativo e Serviço); Fred Santana (editor do site Vocativo e vencedor do 1º prêmio InfoVacina de Jornalismo na categoria Checagem de Fatos; Maria Carolina Santos (repórter do site investigativo Marco Zero Conteúdo) e Luiza Caires (editora de Ciências do Jornal da USP).

Sabine Righetti – Foto: Reprodução/Fapesp

O InfoVacina Trainee 2022 é a segunda edição deste programa de treinamento, que foi criado em 2021 por conta da demanda de cobertura qualificada sobre vacinas na pandemia. No primeiro ano, foi formada uma comunidade de jornalistas de todo o Brasil, que reportou a covid-19 e vacinas. Nesta segunda edição, a proposta foi aumentar a comunidade de jornalistas que cobrem temas relacionados com vacinas e contribuir com a formação de profissionais iniciantes responsáveis por disseminar este conteúdo. A iniciativa foi formatada a partir da observação da falta de formação científica das faculdades de jornalismo e a necessidade de dar apoio aos jovens jornalistas interessados ​​em especializar-se em Saúde e Ciência.

A jornalista Sabine Righetti, cofundadora e coordenadora da Agência Bori, destaca que o principal mérito do InfoVacina Trainee é focar na formação contínua de uma nova geração de jornalistas. “O jornalismo de saúde e ciência não deve ser trabalhado apenas em momento de emergência sanitária. Com treinamento permanente, teremos sempre novos jornalistas fazendo um trabalho mais qualificado do que estamos fazendo hoje”, afirma.

Durante os cinco meses de programa, houve sessões de ciência com especialistas, nas quais os estudantes aprenderam o básico sobre conceitos de imunização e vacinas e metodologia da ciência. A equipe da Agência Bori, responsável pelo treinamento, foi composta da gerente de projeto Natália Flores, o facilitador Moura Leite Netto e a engajadora de comunidades Raquel Ribeiro.

Mais informações: e-mail bori@abori.com.br


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