A Anatel antecipou para hoje a ativação do sinal 5G em São Paulo. Pelos cálculos, a tecnologia deve cobrir cerca de 20% a 25% da área urbana da capital, que será a quinta cidade no País a recebê-la. Funcionando na faixa de frequência de 3,5 GHz, antes utilizada pela radiodifusão e TV, a tecnologia 5G é disparada por antenas. Dentre as melhorias que surgem com a tecnologia, será possível assistir vídeos e fazer downloads com mais velocidade, além de melhorias na telemedicina, maior estabilidade e a implementação da internet das coisas.
O professor Marcelo Zuffo, titular do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da USP, comenta que no contexto mundial a tecnologia ainda se apresenta como um padrão em construção, que “promete muitos avanços em termos de capacidade de conexão, e o mais importante, de uma nova vertente chamada internet das coisas”.
Uma das grandes promessas do 5G é a possibilidade de conexão entre humanos e aparelhos. O professor destaca que, com a tecnologia, é possível conectar semáforos, veículos e objetos do cotidiano: “Vamos ter uma tecnologia que vai muito além do terminal que é o smartphone”. Essa tendência já é observada por aqui, e cita, como exemplo, os semáforos inteligentes na USP.
Os estudos na área se concentram em duas vertentes principais, maior velocidade e maior fluxo de informações, e em pesquisas relacionadas ao uso da tecnologia em aparelhos antigos. Em ambas as situações, Zuffo destaca que houve maior rapidez no processamento de dados, porém “isso não significa que o volume de informações aumentou, significa que os protocolos melhoraram, e isso é muito importante”.
Desafios na implementação da tecnologia
Ainda existem alguns empecilhos na implementação do 5G no Brasil, uma vez que os serviços de mobilidade prestados são irregulares e não existe uma questão associada à agenda de obrigações mínimas que as empresas fornecedoras têm que cumprir. O quadro econômico mundial, tempo de Guerra Fria 2.0 e a guerra na Ucrânia são alguns dos fatores para que essa tecnologia chegue mais cara ao Brasil, o que também acaba sendo um impeditivo para a implementação imediata da tecnologia no País.
Zuffo complementa dizendo que é preciso observar as políticas públicas em torno da tecnologia e compreender a dinâmica econômica na estrutura por trás dela, e finaliza: “A gente tem que investir em estrutura e temos que trabalhar em política pública, para que haja uma melhor distribuição e cobertura dessa estrutura através da cidade”. No que diz respeito à população, o professor destaca a necessidade de troca dos chips, por aqueles que são compatíveis com a tecnologia, a partir de pacotes promocionais.
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