
A USP, o Instituto Pasteur, da França e o Governo do Estado de São Paulo firmaram, na segunda-feira, dia 4 de julho, um acordo para a criação de uma unidade da instituição de pesquisa francesa no Brasil, em cerimônia realizada no campus da Universidade em São Paulo.
Durante o evento, que também celebrou os 60 anos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e os 200 anos de Louis Pasteur, a Fapesp renovou por mais um ano seu apoio à Plataforma Científica Pasteur-USP (SPPU, na sigla em inglês), conjunto de laboratórios que vai abrigar a unidade brasileira do Pasteur.
Instalada na USP há três anos, a SPPU, sediada no campus de São Paulo, desenvolve pesquisas voltadas a diagnósticos, tratamentos e vacinas contra doenças infecciosas emergentes e negligenciadas, transmitidas por patógenos que causam respostas imunes complexas e que produzam distúrbios no sistema nervoso, como os vírus zika e SARS-CoV-2. Equipada com laboratórios de níveis 2 e 3 de biossegurança, a plataforma integra a Rede Pasteur, hoje composta de 33 institutos em 25 países.
“Temos certeza de que esse acordo irá aprofundar as colaborações com o Instituto Pasteur. Temos valores em comum, priorizamos a saúde pública, a pesquisa e a inovação”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura do evento.
“O apoio da USP, uma das universidades mais prestigiadas da América Latina, e da Embaixada da França no Brasil foi fundamental no processo de criação da SPPU e na evolução para um Instituto Pasteur de São Paulo”, acrescentou o vice-presidente executivo do Instituto Pasteur, François Romaneix, que também destacou a importância da Fapesp no processo.

Já o secretário executivo de Relações Internacionais do Estado de São Paulo, Affonso Massot, reafirmou o compromisso do governo estadual em continuar apoiando, por meio da Fapesp, a parceria. “A assinatura desse acordo é uma demonstração da vontade política para a criação do Instituto Pasteur em São Paulo”, ressaltou.
“A USP, a Fapesp e o Instituto Pasteur são os patrocinadores da iniciativa, mas, em adição ao suporte que já fornecemos, abrimos uma chamada internacional para atrair jovens pesquisadores do mundo todo. Devemos comemorar, ainda, a adição do novo patrocinador, que é o Governo de São Paulo”, afirmou o presidente da Fapesp e ex-reitor da USP, Marco Antonio Zago.
O Programa G4, como é chamado, visa atrair jovens talentos que não tenham vínculo com uma instituição brasileira ou estrangeira. Serão três editais. Além do lançado agora, haverá mais um em 2023 e o terceiro em 2024. Ao final dos quatro anos do projeto, cada pesquisador principal poderá concorrer a uma vaga de docente, oferecida pela USP ou pelo Instituto Pasteur para trabalhar permanentemente na plataforma.
Nova plataforma
Ainda no evento, o cônsul-geral adjunto da França em São Paulo, Christophe Alamelama, destacou que a colaboração do Instituto Pasteur com o Brasil deverá ser reforçada com a criação de uma nova plataforma científica, desta vez em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa nova plataforma, que será a base para a criação de outra unidade do Instituto Pasteur no Brasil, já estava prevista no acordo tripartite, firmado em 2015 entre a USP, a Fiocruz e o Instituto Pasteur.
A presidente da Fiocruz, Nisia Trindade de Lima, também presente no evento, frisou o compromisso de abrir caminho para a criação de uma plataforma em Fortaleza, no Estado do Ceará, e trabalhar em conjunto com a SPPU. “Isso irá fortalecer o amplo trabalho de pesquisa que a Fiocruz já conduz no País.”

Membro pleno
O trabalho dos coordenadores executivos da SPPU nomeados pelo Instituto Pasteur e pela USP, respectivamente Paola Minoprio e Luís Carlos de Souza Ferreira, foi elogiado pelo presidente do Instituto Pasteur, Stewart Cole, e pela presidente honorária da Rede Pasteur, Françoise Barré-Sinoussi. Eles se pronunciaram por vídeo no evento, que contou ainda com uma palestra do presidente da Rede Pasteur, Amadou Sall, sobre a importância da Rede Pasteur para os países membros, seja no fortalecimento da pesquisa científica ou no enfrentamento de pandemias.
“Com a transformação da SPPU em um Instituto Pasteur nossa presença na Rede Pasteur será plena. Isso significa que iremos interagir com outros 32 centros, nos cinco continentes, promovendo a mobilidade de pesquisadores e aumentando a complementariedade de expertises nas pesquisas”, afirmou Minoprio. “Estamos construindo algo que vai continuar para as próximas gerações, nos ajudando a construir um apoio mais forte à saúde dos brasileiros e à formação dos pesquisadores que vierem no futuro”, disse Ferreira.
Depois das assinaturas dos acordos e dos pronunciamentos, foi inaugurado um busto de Louis Pasteur, em comemoração aos 200 anos de seu nascimento. O busto é, simbolicamente, a “pedra fundamental” da criação do Instituto Pasteur de São Paulo.
Durante a segunda parte do evento, realizado no período da tarde, pesquisadores vinculados à SPPU apresentaram os esforços realizados durante a pandemia de covid-19.
(Texto da Acadêmica Agência de Comunicação)