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Por Claudia Costa

“Reclame, na bibliografia material, é uma marca que os impressores deixavam entre o final de uma página e o início de outra, para não perder o fio da meada. Na verdade, desde os códices manuscritos essa marca de referência já existia”, explica a professora Marisa Midori em sua coluna Bibliomania.

É disso que trata o livro De Uma Página a Outra. O Reclame em Livros Manuscritos Impressos dos Séculos XVI a XIX (Editorial Miró), resultado da dissertação de mestrado de Elizangela Dias. “Acho que esse tipo de trabalho de mapeamento e caracterização de partes que compõem não apenas a estrutura do livro, mas também a organização do texto na página é fundamental para o conhecimento do objeto-livro, é claro, mas também das funções que essas partes exercem nas práticas de leitura”, comenta Marisa.

A professora ainda aborda o fato de que muitas editoras e agências financiadoras de pesquisa não se interessam em publicar ou financiar a edição de teses e dissertações. “Ocorre, porém, que um trabalho científico, após passar pelo crivo de um júri de especialistas e pela releitura e revisão do autor, no momento em que passa pelo processo editorial, ou mediação editorial, melhor dizendo, ele sofre novas intervenções e se torna pronto, de fato, para ser lido e compreendido por um público mais amplo. É isso, na verdade, que dá peso às pesquisas acadêmicas, ou seja, quando seus leitores extrapolam os muros das universidades”, conclui.

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