Não vamos sair da crise do novo coronavírus da mesma maneira que entramos

Pedro Luiz Côrtes afirma que a crise impõe dificuldades excepcionais, mas também abre possibilidade para revisão sobre formas de organização do trabalho e de locomoção

 27/03/2020 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 11/04/2020 as 12:02
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Desde o início da crise provocada  pela pandemia do novo coronavírus, muitas situações inusitadas estão acontecendo. Desde os canais de água de Veneza, na Itália, com a volta da transparência e ressurgimento de animais, até a poluição do ar reduzida drasticamente em muitas megalópoles. Isso tudo é devido às medidas adotadas por diversos países do mundo e alguns Estados brasileiros, como a quarentena e isolamento social, e com diminuição da atividade industrial e do tráfego de veículos.

Como parte dessa nova realidade, muitas empresas têm adotado o home office, trabalho de casa, mostrando que a estrutura de trabalho pode ser modificada futuramente. “Ao invés das pessoas terem que se deslocar diariamente para seus locais de trabalho, duas ou três vezes por semana, no restante dos dias elas podem continuar o serviço em suas casas”, explica Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, ao Jornal da USP no Ar.

Algumas pessoas estão com dificuldades para se adaptar ao home office, tanto por dificuldades no funcionamento do sistema da empresa quanto pela própria capacidade de adaptação. Porém, de acordo com o professor, com o passar do tempo não será difícil as pessoas adquirirem disciplina para essas tarefas em casa. Outra vantagem, segundo Côrtes, é o ganho na qualidade de vida, com diminuição da poluição do ar, além da economia de tempo, com menos deslocamentos e um ganho na vida pessoal.

Passada  a fase de home office compulsório, essa modalidade de serviço pode ser usada como caso de sucesso pelas empresas e com benefícios para os trabalhadores. “Não vamos sair dessa crise da mesma maneira que entramos”, acredita Côrtes. Segundo ele, essa crise vai levar a mudanças profundas nas organizações públicas e privadas e na forma como o trabalho é exercido. “No final desse processo, será analisado o que ficou de positivo em relação às novas experiências desenvolvidas.”

Ouça a entrevista completa no player acima.


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