A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) informa que, no mês de abril, a produção de veículos cresceu 40,4% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de 189 mil unidades para 266 mil unidades. A verdade, porém, é que esse crescimento na produção deve ser visto com cautela, pois pode ser enganoso.
De acordo com a professora Adriana Marotti de Mello, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, a base de comparação é fraca, já que 2017 foi um ano muito ruim para o setor automotivo. “Tudo indica que o setor ainda está vivendo um período de recuperação, mas ainda em nível pré 2013”, explica.
Ela diz que boa parte desse aumento se deve à exportação, principalmente para mercados da América do Sul e da África, uma vez que o carro fabricado no Brasil não tem penetração nos EUA e na Europa. Um outro indicativo de que o mercado ainda está longe de ser robusto é o fato de haver uma correlação muito grande entre crédito e venda de automóveis. Quando o crédito é restrito, como em épocas de crise na economia, a venda despenca, pois é o financiamento que movimenta grande parte do setor.
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