Na coluna Saúde e Meio Ambiente, o professor Paulo Saldiva comenta sobre sua preocupação com a produção de informações na área ambiental, que não correspondem à realidade e, mesmo sem comprovação científica, são consideradas verdadeiras.
Para Saldiva, há uma produção sistematizada de ignorância na área ambiental para impedir a marcha da ciência. Cita, como exemplo, a indústria do tabaco que, durante décadas, produziu ciência deliberadamente ruim para impedir adoções de medidas que restringissem o uso do tabaco.
O professor afirma que o mesmo vem acontecendo na área de saúde, “onde existem campanhas bem orquestradas que combatem a vacinação, colocando-as dentro de um plote internacional de laboratórios que querem se enriquecer com as pessoas, enquanto que quem prejudica e mata milhares de pessoas são os vírus e as bactérias”.
O mais preocupante, ressalta Saldiva, é que as autoridades brasileiras estão nessa linha de produção de informações propositalmente errôneas. “Na reunião do Conselho Nacional do Meio Ambiente, em 2006, foi decidido não fixar um prazo para adoção das medidas de padrão de qualidade do ar recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Passados 12 anos, o conselho apresenta pseudoargumentos dizendo sobre a impossibilidade de adoção dessas medidas, fixando-as a um prazo desconhecido”, analisa.
Ouça, no link acima, a íntegra do programa.