Professor Paulo Artaxo é eleito presidente do comitê científico do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia

Laboratório integrado pelo professor do Instituto de Física estuda as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas

 14/06/2016 - Publicado há 8 anos     Atualizado: 15/06/2016 as 16:39
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O comitê científico do Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) elegeu como presidente o pesquisador Paulo Artaxo em reunião realizada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) nesta semana. Professor do Instituto de Física (IF) da USP e vencedor da edição 2016 do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia, Artaxo é considerado um dos pioneiros do LBA, iniciativa que estuda as interações entre a floresta amazônica e as condições atmosféricas e climáticas.

“O LBA é estratégico para o Brasil, pois precisamos entender melhor como funciona naturalmente o ecossistema amazônico e como o homem está alterando o funcionamento básico da amazônia”, afirma Artaxo. “É estratégico, não só para o Inpa, mas também para o MCTIC, e esperamos dinamizá-lo e ampliá-lo, para que possa atingir melhor seus objetivos, no sentido de integrar a ciência amazônica na ciência brasileira e aumentar ao máximo possível o volume de recursos investidos.”

O pesquisador define a amazônia como “um laboratório com potencial extraordinariamente grande de novas descobertas”
e acrescenta que o LBA vem desvendando questões fundamentais dos meios tropicais, “tais como a interface floresta-clima, passando por todas as suas vertentes, da química atmosférica à formação de nuvens e à precipitação ao ciclo de carbono”.

Redução do desmatamento

Artaxo enfatiza a queda no ritmo de perda de floresta desde a criação do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal, em 2004, que “fez do Brasil exemplo único na redução de emissões de gases de efeito estufa”. Mas, segundo ele, ainda há muita ciência a ser feita. “Precisamos reduzir a taxa de desmatamento dos valores atuais de cinco mil quilômetros quadrados por ano para valores próximos de zero”, adverte. “O LBA realiza a ciência necessária para atingirmos esta meta tão importante ao país.”

Na visão do pesquisador, ainda existem “áreas absolutamente não estudadas até hoje” na amazônia. Ele espera que o LBA introduza no biênio de 2016 a 2017 projetos que ampliem a agenda científica do programa, não só com temas novos, mas também com mais pesquisadores e mais instituições da região, integrando núcleos do Inpa, outros institutos e universidades.

Atualmente, integram o programa o Observatório de Torre Alta da Amazônia (Atto), fruto de cooperação entre o Inpa e o Instituto Max Planck de Química, da Alemanha; e o Experimento da Próxima Geração sobre Ecossistemas Tropicais (NGEE-Tropics), em parceria com institutos, laboratórios e universidades do Brasil e dos Estados Unidos.

“A Torre Atto, com 325 metros de altura, é um laboratório único em uma região tropical do nosso planeta e permitirá que, ao longo das próximas décadas, possamos acompanhar os processos que controlam o ciclo de carbono na floresta amazônica, em um cenário de aumento de temperatura e de eventos climáticos extremos”, avalia o pesquisador.
Iniciativa de cooperação internacional, o LBA é gerenciado desde o início, em 1998, pelo MCTIC. O Inpa começou a coordenar o programa em 2010. O comitê científico atual possui dez membros – cinco de Manaus, dois de outros estados da amazônia e três de outras regiões do país – e se reúne duas vezes por ano, a fim de avaliar com regularidade o desenvolvimento dos projetos.

Com informações da Assessoria de Comunicação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações


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