A expectativa do mercado para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) este ano é bem modesta, de apenas 0,40%, e, para o próximo ano, a expectativa é de um crescimento de 2,20%. Foi o que apurou o Boletim Conjuntura, elaborado pelo Ceper-Fundace, órgão ligado à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP.

A análise foi elaborada, com dados coletados em meados de junho, junto ao Banco Central. Os números representam um recuo nas expectativas e decorrem da crise política. A reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e a previsão de uma supersafra agrícola feita pelo IBGE de 240,3 milhões de toneladas de grãos, 30% maior que no ano passado, não muda o cenário sombrio. Para o professor da Fearp e coordenador do Boletim Conjuntura, Luciano Nakabashi, os efeitos da reforma trabalhista serão sentidos a longo prazo e não terão efeito sobre a recuperação de empregos no curto prazo porque a crise no setor é de falta de demanda. Já a supersafra, segundo o professor, vai ter reflexo positivo nas exportações, mas ela tem pouco peso no conjunto do PIB.
Por Ferraz Junior