USP em Bauru inaugura centro avançado de estudo voltado à obesidade

Faculdade de Odontologia de Bauru da USP busca cumprir metas da Organização Pan-Americana de Saúde para assegurar cuidado ao paciente obeso

 12/09/2022 - Publicado há 2 anos
Novo centro vai iniciar com atendimento de crianças com obesidade severa – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

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Nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, será inaugurado o Centro Avançado Translacional do Obeso (Cato) da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP. Tendo em vista a pesquisa, o ensino e a extensão em prática clínica, o novo espaço tem como objetivo oportunizar o treino de habilidades e competências para o cumprimento de metas estabelecidas pela Organização Pan-Americana de Saúde, para assegurar o cuidado ao paciente obeso.

“(O centro) receberá graduandos, pós-graduandos, além de pós-doutores dos cursos da FOB e de outras instituições nacionais e internacionais, para que tenham a experiência e o conhecimento científico para a atenção à saúde do obeso”, informa a professora Silvia Helena de Carvalho Sales Peres, coordenadora do Cato.

Ainda neste ano, serão atendidas crianças com obesidade severa que, sem alteração na rotina diária, poderão tornar-se adultos obesos com comorbidades, no futuro. A coordenadora adianta que as crianças serão avaliadas quanto ao IMC (Índice de Massa Corporal) e às condições bucais. Segundo ela, diante das necessidades apontadas, serão elaborados os protocolos de atendimento.

Em 2023, o atendimento será ampliado para pacientes adultos e bariátricos, oferecendo a assistência à saúde do obeso. Todas essas demandas contribuirão com a melhoria da saúde da população, expandindo a cobertura da assistência e reforçando a promoção de saúde.

Riscos colaterais

A obesidade severa traz consigo outras comorbidades, tais como diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemias (colesterol ruim alto – o LDL), doença cardiovascular, osteoartrose, gordura no fígado e até mesmo alguns tipos de câncer. “O indivíduo obeso não consegue mudar essa situação, vivendo o sobe e desce do peso, dificuldade em realizar algumas atividades e sem ter qualidade de vida”, afirma a professora.

A Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), que integra o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, publicou, em 2020, que a frequência de adultos obesos no Brasil foi de 21,5%, sendo que as mulheres apresentaram 22,6% e os homens 20,3%, demonstrando o aumento de risco na população.

“A pandemia veio agravar ainda mais a situação, uma vez que reduziu as atividades físicas limitando em atividades domiciliares, em sua maioria, e aumentando o consumo de alimentos ultraprocessados e o tempo em frente da tela, como TV, computador ou outros”, diz Silvia.

A Federação Mundial de Obesidade (World Obesity Federation) prevê que a obesidade deverá atingir um bilhão de pessoas em todo o mundo em 2030. A projeção da obesidade dividida por idade e sexo para o Brasil será: 33,2% das mulheres; 25,8% dos homens; 22,7% das crianças entre 5 e 9 anos; 15,7% das crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos. “Os fatos apresentados remetem ao gap deixado e à necessidade de atuação efetiva na atenção à saúde do obeso. Com este objetivo, de mitigar esta carência, foi criado o Cato”, explica a coordenadora.

A inauguração do Centro Avançado Translacional do Obeso (Cato) será realizada nesta quarta-feira, dia 14 de setembro, às 14 horas, no Centro de Pesquisa Clínica (CPC) da FOB-USP. Mais informações no site da FOB.
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Texto adaptado da Assessoria de Imprensa da FOB-USP


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