
Reunindo pessoas de diversas áreas do conhecimento e do mercado, o Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital (SBGames) é o maior evento acadêmico da área promovido na América Latina.
Antecedido pelas edições de Porto Alegre, em 2014, e de Teresina, em 2015, o 15º simpósio voltou a São Paulo em 2016 e teve como sede a Escola Politécnica (Poli) da USP. O responsável pela organização geral foi o professor do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais (PCS) da Poli, Ricardo Nakamura.
Entre os dias 8 e 10 de setembro, por volta de 800 visitantes circularam pelo encontro, que é promovido pela Sociedade Brasileira de Computação há 15 anos. Nakamura explica que variar os locais do evento a cada ano é importante para que visitantes de diferentes regiões do País possam comparecer.
“Sabemos que muito do nosso público é de estudantes (de vários cursos, como design, artes, música e computação) e queremos dar mais viabilidade para que eles possam participar”, coloca o professor. Além disso, o SBGames atrai a indústria local, que ganha espaço de exposição, e curiosos que se interessam pelo tema.
A edição de 2016 trouxe algumas novidades, como os três workshops, promovidos um em cada dia do evento: o G2: Games na Graduação, com alunos de graduação e recém-formados; Jogos e Saúde, com um tema inédito no evento; e Teses e Dissertações, com trabalhos de pós-graduação na área de jogos digitais que, com exceção dos demais, acontece desde 2014.
Outro atrativo do SBGames 2016 foi a continuidade da premiação do Festival de Jogos. Podem concorrer produções nacionais realizadas tanto por estudantes como por empresas da área, que se inscrevem nas categorias que desejam competir. “Temos uma diferença de qualidade, até por causa da quantidade de recursos disponíveis para o projeto”, lembra Nakamura.
Neste ano, foram quase 200 jogos inscritos que passaram pela seleção do júri, formado por uma comissão de especialistas. Devido ao grande número, foi feita uma pré-seleção de 75 produções até que se chegasse às 35 finalistas, expostas na feira para que o público as pudesse experimentar e escolher a favorita dentro da categoria de voto popular. Os jogos premiados podem ser conferidos no site do evento.
Palestrantes também estiveram presentes durante os três dias para a realização de tutoriais, como o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) Esteban Clua, o designer de games David Wessman e o especialista em realidade virtual Alex Schwartz.
Aluno do quinto ano de Engenharia Elétrica com ênfase em Computação no PCS, Felipe K. Matsuoka foi um dos voluntários presentes na organização do evento. “Não sou dessa área (dos games), mas tenho interesse e gosto de conhecer as ferramentas e os métodos”, diz o estudante. Ao seu lado, outros alunos da USP e demais instituições formaram o time do voluntariado.
Kids & Teens
No prédio da Engenharia Elétrica, crianças e adolescentes puderam acompanhar o SBGames Kids & Teens. Voltado para o público jovem, a segunda edição do evento paralelo (que também aconteceu em 2014) teve a presença de alunos do ensino fundamental de diversas escolas da rede pública, não apenas do Estado de São Paulo, e entrada livre para o público geral.
A organizadora Paula Carolei, professora da Unifesp, explica que os estudantes se dividem em clãs e precisam interagir nos debates para ganhar um prêmio, o que estimula a participação deles nas atividades. Ao seu lado na organização, atuaram a paranaense Mariana, de 11 anos, e a gaúcha Emanuele, de 13 anos, além de outros jovens.

Na quinta-feira, um destaque da seção Kids & Teens foi o debate de gênero sobre a representação do corpo feminino nos videogames, com o exemplo da personagem Lara Croft (Tomb Raider). Mais tarde, a programação contou com discussão sobre youtubers. Um diferencial da seção é que a feira não inclui apenas o universo digital, mas também são expostos jogos de tabuleiros que as crianças podem aprender a jogar.
Helena Mega / Jornalismo Júnior