Nasce Distrito de Inovação da Cidade de São Paulo

Reunindo entidades de pesquisa, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, USP, Butantan, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, Instituto de Pesquisas Tecnológicas, Fapesp e prefeitura da capital, iniciativa visa à transferência de ciência avançada de soluções para a sociedade

 27/11/2024 - Publicado há 3 meses

Texto: Luiz Roberto Serrano

A imagem mostra de uma bandeira do estado de São Paulo em primeiro plano, com a cidade de São Paulo ao fundo
Arte sobre fotos da cidade de São Paulo de Ana Paula Hirama/Flickr via Wikimedia /CC BY-SA 2.0 e bandeira do Estado de São Paulo de sp.gov

Com a realização da sua primeira conferência no Centro de Inovação da USP – Inova USP – foi lançado, nesta última terça-feira, 26/11, o Distrito de Inovação da Cidade de São Paulo.

O distrito, mais do que uma expressão urbana, se baseia no conceito de Geografia da Inovação, procurando integrar Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, USP, Instituto Butantan, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a prefeitura do município.

“A inovação está dentro de nossas atividades habituais”, afirmou o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, na abertura do evento, reforçando que “não existe no País espaço tão adequado para a inovação, reunindo os marcos legais, pesquisadores, espaço físico e responsabilidades”.

Carlos Gilberto Carlotti Junior - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Carlos Gilberto Carlotti Junior - Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

“É importante deixar claro que o Distrito de Inovação faz parte da política pública de nosso Estado”, lembrou Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, ressaltando que o Estado é a “26ª região de inovação do mundo”. É um movimento por intermédio do qual, segundo Vahan, “entidades próximas se aproximam institucionalmente” e que tem potencial de se repetir em cidades do interior do Estado.

Vahan Agopyan - Foto: SCTI

Vahan Agopyan - Foto: SCTI

Abrir para a sociedade

O objetivo do evento, segundo texto distribuído pelos organizadores, foi “abrir o distrito para a sociedade e promover a discussão de como as chamadas áreas de inovação, baseadas nos conceitos de geografia de inovação, podem promover a transferência de ciência avançada para soluções para a sociedade”.

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O texto prossegue: “Além de avançados parques tecnológicos em São Paulo e no Brasil, os distritos são propostas mais avançadas de integração com as áreas urbanas. Em geral são áreas urbanas com alta concentração de organizações dedicadas à ciência, tecnologia e inovação. Cientistas, pesquisadores, empreendedores, profissionais de empresas, gestores de inovação, órgãos do governo especializados no tema, circulam, frequentam, habitam em torno do distrito”.

E conclui: “É uma área integrada à cidade em que se respira conhecimento para produzir inovação, em que as conexões para criação e aplicação de novas soluções acontecem naturalmente. Fortalecendo a integração de distritos, parques, hubs e outros espaços de inovação, o impacto é potencializado”.

Um rico cardápio de atividades

Durante o encontro, foram debatidos, por grupos distribuídos em vários espaços do Inova USP, dez diferentes temas que podem compor o cardápio das atividades do novo Distrito de Inovação:

  • Segurança institucional para contratação de inovação e instrumentos jurídicos para inovação;
  • Fundos de investimento e fundos híbridos em negócios de impacto e sustentabilidade;
  • Integração vertical ciência & mercado: Computação, semicondutores e processamento;
  • Integração vertical ciência & mercado: Transição energética para São Paulo e Brasil;
  • Cidades inteligentes e questões urbanas para Distritos de Inovação no Brasil: conceitos e propostas;
  • Integração vertical ciência & mercado: Deeptech para transformação digital com aplicações para digital, green e social techs;
  • Integração vertical ciência & mercado: Biotecnologia;
  • Integração vertical ciência & mercado: Indústria 4.0, descarbonização e sustentabilidade;
  • Papel estratégico dos distritos de inovação e parques tecnológicos;
  • Aceleração para maturidade tecnológica via colaboração entre academia e empresas compradoras de tecnologia.

Dos debates, dos quais participaram um variado leque de profissionais interessados nos temas, surgiram inúmeras sugestões sobre como desenvolvê-los e promover sua integração de modo a alimentar a sinergia entre as várias frentes de ação que comporão o Distrito.

“A função do Distrito é agregar e direcionar todos os profissionais que trabalham em inovação para pensar em temas relevantes na sociedade; pensar em coisas profundas”, afirmou André Aquino, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, um dos organizadores do evento. O objetivo, lembrou Marcos Bruno, membro do Comitê Gestor do distrito, é promover uma aliança estratégica que crie sinergia, articulação e criação de valor entre as entidades envolvidas e estimule, também, o desenvolvimento de contatos internacionais.


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