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Exposição na USP propõe jornada para conhecer “pequenos notáveis” que sustentam toda a vida no oceano
Gratuita e aberta a todas as idades, exposição no Museu do Instituto Oceanográfico da USP apresenta histórias de minúsculos seres marinhos que ajudam a equilibrar o clima do planeta; mostra é itinerante e pode ser sediada por organizações
Exposição Pequenos Notáveis sobre microorganismos aquáticos - Fotos: Kenzo Omaki/IO USP
Você já se perguntou sobre o mundo que existe além da superfície do oceano, um reino onde a vida se desenrola em uma escala microscópica? A exposição Pequenos Notáveis: Histórias dos Seres Microscópicos que Sustentam Toda a Vida no Oceano, em cartaz até o dia 19 de julho, no Museu Oceanográfico da USP, no bairro do Butantã, em São Paulo, convida a todos a mergulhar nesse universo incrível e, muitas vezes, invisível. Aberta a todas as idades, a exposição educativa revela a importância dos microrganismos marinhos, destacando sua importância no equilíbrio dos ecossistemas oceânicos.
Com curadoria de Gabriel Monteiro, a exposição é fruto de sua formação como jornalista científico, após seu curso de mestrado no Instituto Oceanográfico (IO) da USP, e está alinhada com os dois principais movimentos globais na preservação do Oceano: A Década do Oceano e o ODS 14 (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas). Como ele lembra, uma das premissas da preservação ambiental é que se deve, primeiro, conhecer e valorizar para então conseguir engajamento concreto para a preservação. “Esta é a missão da exposição Pequenos Notáveis: apresentar todo um universo de seres marinhos microscópicos que são responsáveis pela sustentação de toda a vida no oceano e equilíbrio do clima planetário”, destaca Monteiro.
A exposição reúne, além de painéis explicativos, os próprios organismos sob microscópio para que as pessoas percebam seu tamanho real. “Boa parte do público tem contato com esse tipo de equipamento pela primeira vez durante a exposição, e é sempre uma satisfação ver a expressão de surpresa e fascínio em pessoas de todas as idades”, destaca a professora Cláudia Namiki, uma das responsáveis pelo projeto.
Gabriel Monteiro, curador da exposição, é biólogo, mestre em ciências e comunicador científico; Claudia Namiki (à esquerda) é pesquisadora do IO, e Fabiane Gallucci é pesquisadora do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (IMar-Unifesp), ambas da equipe responsável pelo projeto - Fotos: Kenzo Omaki/IO USP
A mostra é acessível para pessoas cegas e pessoas surdas. Todos os painéis contam com audiodescrição e todos os vídeos contam com intérpretes em Libras, como explica o curador. Além das informações impressas, cada painel carrega um QR code que leva para um vídeo do pesquisador ou pesquisadora que estuda aquele grupo. “A diversidade é um valor transversal deste projeto, que se reflete não somente na distribuição geográfica dos centros de pesquisa mas também nas falas registradas: foram entrevistados professores, doutores, mestres e graduandos; homens e mulheres; diferentes faixas etárias; e diferentes nacionalidades”, explica Monteiro, complementando que essa diversidade de falas acompanha a enorme diversidade de organismos que encontramos no microcosmo marinho dos Pequenos Notáveis. É possível acessar os vídeos na Playlist do Youtube da Exposição. Confira dois exemplos nos players abaixo:
A exposição
Dividida em três setores, a exposição apresenta na primeira sessão o mundo dos produtores primários, seres fotossintetizantes que desempenham um papel vital na produção de oxigênio e na manutenção da teia alimentar. Esses organismos minúsculos têm um impacto monumental na atmosfera e na pesca. A segunda sessão mergulha no intrigante mundo do zooplâncton, destacando sua importância na renovação de populações marinhas e na complexa teia alimentar. O público ficará diante de verdadeiros nômades dos oceanos, cujas jornadas influenciam a vida marinha em escalas surpreendentes.
Na terceira sessão, são exploradas as profundezas do assoalho marinho, onde seres bentônicos desempenham papéis cruciais na decomposição de matéria orgânica e na estruturação de habitats. Esses organismos revelam-se como verdadeiros engenheiros do oceano, moldando ecossistemas que sustentam a diversidade marinha. Ao final da jornada, os visitantes são convidados a refletir sobre a interconexão invisível que sustenta a vida marinha e a importância da ciência na compreensão dos ecossistemas oceânicos.
Diatomáceas: artistas microscópicas do mar
Dinoflagelados: aliados dos corais
Cocolitoforídeos: construtores marinhos
Coépodos: os pequenos gigantes dos oceanos
Navegantes do plâncton: o caminho da transformação
Quetognatos: predadores que mantêm o equilíbrio oceânico
Macrofauna bentônica: engenheiros do fundo do mar
Foraminíferos: jóias marinhas
Arqueas metanogênicas: recicladoras submarinas
Fotos: Divulgação/IO USP
Preservação dos oceanos
Visitante da exposição itinerante - Fotos: Kenzo Omaki/IO USP
Equipe de pesquisadores do IO, Unifesp e Cenpes Petrobras que participaram do Projeto Santos: à frente, da esquerda para a direita: Gabriel Monteiro, Thais Corbisier, Silvia Helena Sousa, Claudia Namiki, Priscila Reis, Fabiane Gallucci. Atrás, da esquerda para a direita: Gustavo Fonseca, Daniel Moreira, Mauricio Fonseca, André Bueno, Frederico Brandini e Marco Antônio - Foto: Kenzo Omaki/IO USP
Organizações que tiverem interesse em sediar a exposição itinerante podem entrar em contato com as professoras responsáveis pelo projeto: Cláudia Namiki namiki@usp.br; Fabiane Gallucci fgallucci@unifesp.br; e Silvia Helena de Mello e Sousa smsousa@usp.br
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