No dia 20 de agosto, terça-feira, das 17 horas às 20h30, o coletivo Em Defesa das Humanas realiza o debate O Future-se e a agenda política da Universidade no Brasil, no Centro Universitário Maria Antonia da USP, em São Paulo.
Na ocasião, serão debatidas as políticas educacionais do atual governo federal, com especial destaque para o Programa Institutos e Universidades Empreendedoras e Inovadoras (Future-se), lançado no dia 17 de julho, para fortalecer a autonomia administrativa, financeira e de gestão das Instituições Federais de Ensino Superior – entre elas as 68 universidades federais.
O debate terá a participação dos seguintes docentes: Marilena Chaui, professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP; Maria Carlotto, da Universidade Federal do ABC (UFABC); Naomar de Almeida Filho, ex-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, atualmente, também professor visitante do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP; e Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina e diretor do IEA, ambos da USP.
A atividade faz parte do projeto “O Brasil hoje: universidade pública, diálogos públicos”.
A participação no debate é gratuita e aberta ao público em geral, sem necessidade de inscrição prévia. O Centro Universitário Maria Antonia está localizado na Rua Maria Antônia, 294 – Vila Buarque, São Paulo.
Nota sobre o Future-se
Além da realização do debate público, o coletivo publicou uma nota, no dia 22 de julho, a respeito do programa Future-se, na qual chama atenção da comunidade acadêmica e da sociedade em geral para alguns aspectos deste programa do governo federal.
Entre as questões apontadas pelo grupo estão “a completa falta de diálogo entre o Ministério da Educação (MEC) e as universidades no processo de elaboração do projeto” e o prazo estipulado para a consulta pública – que vai até 15 de agosto – ser “extremamente exíguo” e “incompatível, em nosso ver, com a importância do assunto em discussão”, ressalta o coletivo na nota.
Na análise do coletivo, há também um acento exagerado no empreendedorismo e na inovação, que é apresentado no programa sem levar em conta a heterogeneidade das universidades federais brasileiras e das áreas que compõem as universidades.
“Entendemos, portanto, que o programa Future-se não possui os elementos necessários para solucionar os problemas que estão candentes na universidade brasileira atualmente. Elaborado sem que os cidadãos efetivamente envolvidos na vida cotidiana da universidade tenham sido ouvidos, não parte de um diagnóstico preciso das causas e especificidades desses problemas, e apresenta medidas que, na melhor das hipóteses, são confusas e imprevisíveis, e na pior, apontam na direção oposta às necessidades da universidade e virão para aprofundar seu sucateamento”, enfatiza o grupo.
Divulgação científica na área de humanas
O coletivo Em Defesa das Humanas foi formado em abril de 2019, por estudantes de graduação, pós-graduação e professores da FFLCH. Atualmente, a articulação do grupo conta com aproximadamente 50 integrantes, ligados aos Departamentos de Antropologia, Ciência Política, Sociologia e Filosofia.
O grupo propõe a constituição de espaços de reflexão crítica, aberta e pública sobre temas sensíveis à sociedade brasileira, por meio do compartilhamento de pesquisas em desenvolvimento e do oferecimento de panoramas que auxiliem a população na compreensão de fenômenos complexos que permeiam a vida política, social e cultural do país.
Desde a criação do coletivo, foram realizadas reuniões abertas quinzenais para discutir sobre a necessidade de fortalecer a divulgação científica na área de humanas e pensar coletivamente estratégias de extensão, promovendo debates qualificados para além do território da universidade.
Mais informações: emdefesadashumanas@gmail.com ou na página https://www.facebook.com/emdefesadashumanas/
Da Assessoria de Imprensa da FFLCH