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As primeiras escolas dedicadas ao ensino da veterinária no Brasil surgiram no Rio de Janeiro e em Olinda, na década de 1910. Na época, a preocupação era garantir a saúde do principal meio de transporte, os cavalos, e entender as zoonoses, ou seja, as doenças que podem ser transmitidas de animais para seres humanos.
“Naquele momento, havia muitas epidemias e os próprios médicos questionavam se as doenças eram transmitidas do homem para o homem, ou se vinham dos animais”, explica o professor José Antonio Visintin, diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP.
É nesse contexto de prevenção às zoonoses que é criado, em São Paulo, o Instituto de Veterinária, no ano de 1917. Devido a esse propósito, ele foi vinculado ao Instituto Butantan, um centro de pesquisa biomédica, onde foi instalado provisoriamente. Somente em 1919 começaria o curso de Veterinária.
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Em 1924, a sede foi transferida para o bairro da Aclimação, na Rua Pires da Mota. Após quatro anos, o instituto tornou-se a Escola de Medicina Veterinária de São Paulo e deixou de integrar o Instituto Butantan.
Com a criação da USP, em 1934, a escola foi anexada à nova Universidade com o nome de Faculdade de Medicina Veterinária, juntamente com outras seis: Faculdade de Direito (FD), Faculdade de Medicina (FMUSP), Escola Politécnica (Poli), Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) e Faculdade de Odontologia (FO).
No ano de 1969, o curso retornou às origens do Butantan, com sua instalação na Cidade Universitária, e a faculdade recebeu mais um nome: Zootecnia.
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Segundo o diretor da FMVZ, o curso evoluiu nesses 100 anos. Além de cuidar de cavalos e estudar zoonoses, os médicos veterinários formados na USP possuem ampla bagagem, envolvendo áreas como saneamento ambiental e produção animal.
“A USP visa a uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva que é obtida ao longo de dez semestres, sendo um deles cursado na cidade de Pirassununga, por compreender uma experiência de campo extremamente rica”, conta Visintin.
Atualmente, a faculdade tem linhas de pesquisa na área de cirurgia, clínica médica, nutrição e produção animal, medicina veterinária preventiva e saúde animal, patologia e reprodução animal. Ela é uma das três únicas instituições brasileiras com acreditação aprovada pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária e está entre as 50 melhores do mundo na área de Medicina Veterinária no QS World University Rankings.
Outro diferencial do curso é o Hospital Veterinário (Hovet), maior hospital universitário de animais da América Latina.
Para comemorar a história do curso e a importância da profissão, a Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP programou uma série de eventos ao longo de 2019. O início das atividades será ainda em 2018. No dia 18 de dezembro, ocorrerá a sessão solene da congregação para a Colação de Grau da Turma 80. Confira a programação completa abaixo.