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Equipe de handebol feminino da Faculdade de Medicina em torneio antes da pandemia - Foto: Divulgação LAAUSP
Campeonato para calouros reinaugura temporada de eventos esportivos na USP
Pela primeira vez, três gerações de alunos que ingressaram na USP durante a pandemia poderão participar dos torneios do Bichusp; confira a programação que tem início no dia 26 de março
Após dois anos de isolamento social e treinos a distância, alunos de graduação da USP voltam a se encontrar presencialmente para competições esportivas. O Bichusp, campeonato de intermodalidades para calouros, organizado em conjunto com as atléticas estudantis e a Liga das Atléticas da USP (Laausp), acontecerá em duas etapas. A primeira, para ingressantes de 2020 e 2021, começa dia 26 de março. A segunda, para ingressantes de 2022, será disputada a partir de 14 de maio. Não é necessário fazer inscrição, basta procurar a atlética da unidade da qual o estudante faz parte ou aparecer no dia e local do torneio.
O Bichusp é considerado a porta de entrada para o esporte universitário. Ao longo de sua duração, os alunos recém-aprovados na Universidade têm a oportunidade de interagir com as atléticas de suas unidades, conviver com os times e entrar em contato com modalidades que são pouco conhecidas, como o remo e o softbol.
Neste ano, pela primeira vez em sua história, poderão participar da competição veteranos, que ingressaram na Universidade em 2020 e 2021. O objetivo principal é garantir que o evento também seja inclusivo para estudantes que entraram na USP durante a pandemia. Os veteranos poderão participar de todas as modalidades ofertadas na primeira etapa do evento e na segunda etapa (confira a programação abaixo) das competições de remo, softbol, futcampo, rugby, natação, lutas e atletismo, em conjunto com os ingressantes de 2022. Além disso, acontecerão, entre 30 de abril e 12 de junho, competições de e-sports para todos os alunos.
A importância dos campeonatos esportivos universitários vai além do seu papel para a saúde física dos alunos. Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE), avalia que “competições como o Bichusp têm um significado próprio. Elas podem ajudar os integrantes dos times a terem a sensação de pertencimento, a compreender melhor a identidade da sua unidade e a própria USP”.
A professora, que estuda as dimensões sociológicas da Educação Física e do Esporte, explica que o fato do Bichusp ter uma participação voluntária e ser organizado pelos próprios alunos cria um ambiente propício para o engajamento dos participantes. “Os alunos que são veteranos e que ajudam a organizar o evento sentem que deixam um legado para as novas turmas.”
Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora da Faculdade de Educação Física e Esporte – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens
Ao longo do tempo, o campeonato, que já tem mais de 20 anos de existência, desenvolveu sua própria história, formando um ambiente de interação entre as pessoas: “Há uma cultura esportiva, ritos e tradições, que passam de geração em geração de alunos, dentro de cada unidade da USP, e nesse sentido a história pessoal e institucional se encontram”, Ana Lúcia pontua.
Mesmo que se trate de uma competição, há aspectos positivos essenciais que devem ser levados em conta, muito mais do que a vitória ou a derrota, e sim a interação entre as pessoas, o apoio para superação de desafios e a experiência de ter vivido a Universidade plenamente, em todas as suas possibilidades”
Ana Lúcia Padrão dos Santos, professora da EEFE sobre o Bichusp
Basquete masculino no Bichusp 2020 - Foto: Divulgação/ LAAUSP
Iana Maciel, aluna de Editoração e vice-presidente da Laausp, conta que, em 2022, o desafio de organizar a competição tem sido grande. “Precisamos pensar em como organizar o campeonato de uma forma inclusiva, mas que também fosse viável logisticamente. Era preciso colocar três gerações de bixos para jogar modalidades que comportam poucas pessoas, sem que o Bichusp se estendesse por muito tempo.” Apesar disso, ela conta que os organizadores não pararam de trabalhar até achar uma solução: “É muito trabalhoso, mas é muito gratificante”.
Para Iana, participar de equipes esportivas tem feito diferença na sua formação. “Eu até me emociono falando de esporte universitário. Para mim, o esporte universitário não é só o esporte, não é só o exercício físico. É educação, é permanência na faculdade, é se sentir pertencente, encontrar a sua galera, para além das amizades da sala.”
A aluna de Editoração entende que, mesmo para os alunos que não desejam competir, torneios como o Bichusp são importantes: “Você consegue fazer amigos não sendo necessariamente de um time. Só de ir lá torcer, dá para conhecer as pessoas na arquibancada. O esporte é inclusivo até para quem não é atleta”.
PROGRAMAÇÃO DO BICHUSP 2022
Etapa 1
para os alunos ingressantes em 2020 e 2021
26 e 27/03 – Futsal feminino e masculino
Tênis de mesa feminino e masculino
02 e 03/04 – Handebol feminino e masculino
Futcampo masculino e feminino
26 e 27/03 e 02 e 03/04 – Tênis campo feminino e masculino
Etapa 2
para os alunos ingressantes em 2022, com algumas atividades disponíveis para alunos 2020 e 2021
14 e 15/05 – Handebol feminino e masculino
Basquete feminino e masculino / Remo misto*
21 e 22/05 – Futsal feminino e masculino
Vôlei feminino e masculino / Soft misto*
28 e 29/05 – Tênis de mesa feminino e masculino
Futcampo feminino* e masculino / Rugby feminino e masculino*
04 e 05/06 – Xadrez absoluto / Natação* / Lutas*
11 e 12/06 – Atletismo*
*atividades que unirão ingressantes de 2020, 2021 e 2022
Do virtual para o presencial
Em março de 2020, quando foram decretadas as medidas de isolamento social e a interrupção das aulas presenciais, o Bichusp daquele ano já havia realizado o seu primeiro fim de semana de competições, com jogos de handebol, futsal e basquetebol. Surpreendida com a situação, Iana conta que a organização do evento precisou encerrá-lo. Em 2021, já ciente da impossibilidade de fazer um campeonato presencial, a Laausp ofereceu uma competição de e-sports.
Enquanto isso, as atléticas da USP organizaram-se para ofertar treinos a distância. Pedro Fagundes, ingressante do curso de Jornalismo em 2021, que participou dos treinos de natação da Atlética da Escola de Comunicações e Artes, conta como foi sua experiência:
“Ninguém do grupo da natação que frequentou os treinos on-line tinha piscina em casa, então o treino foi adaptado. Nós realizávamos somente os treinos físicos. Apesar disso, eu julgo que foi superprodutivo, porque me ajudou a delimitar um ideal de rotina durante o período de pandemia. Me fez separar um tempo para fazer atividade física, confraternizar com outras pessoas e conhecer pessoas de outros núcleos.”
Iana Maciel, aluna de Editoração e vice-presidente da Laausp (esq.) e Pedro Fagundes, aluno de Jornalismo - Foto: Arquivo pessoal
Equipe de Natação da ECA Atlética, da Escola de Comunicações e Artes, em encontro virtual na pandemia - Foto: Arquivo pessoal
Por outro lado, Fagundes lembra dos desafios de manter a motivação nos encontros: “A energia de estar treinando em uma videochamada, onde você só ouve a técnica falando, a música tocando e um ou outro apontamento de um colega, é muito diferente de estar no meio de uma roda, com várias pessoas fazendo a mesma coisa que você”.
Para Iana, a dificuldade foi ainda maior. “Para mim, que sou tímida, ligar a câmera e fazer exercício físico na frente de outras pessoas era difícil. Mesmo já sendo do time na época do presencial, quando começou a pandemia, me afastei de todo mundo. Eu penso que somente quem é extrovertido conseguiu sobreviver a esse formato.”
Hoje, os dois alunos dizem estar empolgados com o retorno dos treinos presenciais. “Falando da posição de um calouro de 2021, que entrou na graduação e na atlética no meio da pandemia, é claro que as minhas expectativas para o Bichusp, para o Juca e para todas as outras competições são as melhores possíveis”, avalia Fagundes.
Como organizadora, Iana pensa que “o Bichusp 2022 não vai ser só uma porta de entrada para o esporte universitário, mas será a primeira experiência dessas turmas na faculdade, a primeira oportunidade de conhecer espaços como o Cepê [Centro de Práticas Esportivas da USP]”.
Torneios universitários promovem integração de alunos - Foto: Divulgação/Laausp
Prepare-se para o Bichusp 2022
A professora Ana Lúcia Padrão dos Santos lembra que, neste momento de transição, a cautela é importante. “É preciso que todos os envolvidos tenham respeito pela sua própria condição física, bem como compreensão em relação ao outro. É momento de conhecer as pessoas novamente, agora de uma outra forma, e respeitar as diferenças.”
Além das recomendações de Ana Lúcia, a regulamentação do evento exigirá o cumprimento das medidas preventivas contra a disseminação do coronavírus. Será obrigatório o uso de máscara e serão separados lugares específicos para a alimentação.
Para os alunos que desejam participar das competições, Iana Maciel sugere que essas pessoas procurem as atléticas de seus cursos, para já ter contato com os times das modalidades que desejam jogar. Mas ela lembra que esse não é um pré-requisito. “Se você quiser chegar lá no dia, sem avisar ninguém antes, não tem problema. Todo mundo que é calouro está automaticamente inscrito.”
Acompanhe o evento pelas redes sociais da Laausp: Facebook @laausp / Instagram @dino.lausp
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A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.
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