Curso ajuda professores a levar robótica para a sala de aula

Na USP em São Carlos, professores da rede pública aprendem robótica e programação para trabalhar conteúdo com alunos

 07/06/2017 - Publicado há 7 anos
Kits robóticos foram fornecidos aos participantes do curso – Foto: Marcelo de Faria/InSAC

“Quanto mais interessante for o estímulo e mais simples a linguagem do conteúdo transmitido aos alunos, mais fácil eles aprendem”. O depoimento é de Márcio Fessel, durante o curso de robótica para a capacitação de professores do ensino médio, oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos. Ele é um dos 40 professores da rede pública de ensino que participaram da iniciativa realizada entre os dias 11 de março e 27 de maio no ICMC.

Amante da robótica, Fessel conta que a infinidade de aplicações da área é o que mais o encanta. Há muitos anos, utiliza a plataforma arduino como ferramenta para o ensino de física, disciplina que ministra para estudantes da Escola Estadual Monsenhor Jeronymo Gallo, em Piracicaba.

Segundo o professor, além de ser a solução para diversos problemas sociais, a robótica pode fazer a diferença em sala de aula: “Na hora de ensinar algo, podemos inovar e pensar na elaboração de problemas que possam ser resolvidos de forma rápida e prática pelos alunos, sempre propondo desafios e, aqui no curso, exercitamos nossa criatividade”.

Veja no vídeo o depoimento de professores que participaram do curso:

Dispondo de kits robóticos financiados pelo Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), os participantes conheceram como é a estrutura básica de um robô e todos os sensores que o compõem. Para que pudessem desenvolver aplicações nos pequenos robôs disponibilizados, um curso de programação também foi oferecido aos professores.

“Resolvi participar para me aprimorar nessas duas áreas e com isso poder levar aos meus alunos um conhecimento obtido na USP. Irá agregar muito a eles, pois consigo unir o que aprendi aqui com a parte prática nos equipamentos da escola onde leciono”, afirma Frederico Jurgensen Junior, professor de ecatrônica da Escola Técnica Industrial  Paulino Botelho, de São Carlos.

Os cursos são coordenados pela professora do ICMC Roseli Romero, que também é membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Sistemas Autônomos Cooperativos (InSAC), sediado na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP. Para a professora, é gratificante ver o sucesso das iniciativas: “Nós já havíamos oferecido vários cursos para alunos do ensino fundamental e médio, mas percebemos que, se preparássemos um material específico para os professores, isso serviria como uma semente em suas escolas”.

A procura pelos cursos que, além do InSAC, recebem o apoio do Centro de Robótica da USP (CRob), foi tão grande que as vagas se esgotaram em poucos dias. “É um tipo de aula cativante, envolvente, nas quais os participantes se empolgam, mesmo que ainda não saibam nada de programação e robótica. Eles não querem ir embora da aula!”, comemora Roseli, que pretende repetir os cursos por mais vezes.

A professora de física e matemática Eliane Botta, da Escola Estadual Militão de Lima, de São Carlos, mantém uma relação antiga com a robótica. Ela participa da etapa regional da Olimpíada Brasileira da categoria desde sua primeira edição e sempre fomentou o tema entre seus alunos. A educadora, que também participou dos cursos na USP, conta como essas capacitações influenciam seu trabalho: “Quando um aluno faz uma pergunta, me sinto mais preparada para responder. Consigo dar exemplos diversificados não só com o uso da robótica, mas com os conhecimentos matemáticos e físicos obtidos aqui no curso”, explica Eliane.

Com metodologias diferentes, capazes de tornar a aula mais atrativa, o aprendizado pode ultrapassar até mesmo as fronteiras da escola. “Os jovens ficam curiosos para saber como é um robô e percebem que trabalhar com informática demanda observação e tranquilidade. Para isso, eles passam a trabalhar em equipe e a respeitar muito mais os colegas”, finaliza a professora.

Henrique Fontes / Assessoria de Comunicação do InSAC


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