Sistema captará água de chuva para utilização no Cepeusp

Aplicativo Capchu, desenvolvido na Escola Politécnica, calcula volume do reservatório para armazenar água

 17/05/2017 - Publicado há 8 anos
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Programa utiliza dados sobre quantidade de chuvas e consumo de água para estimar volume obtido pelo sistema de captação e economia no consumo – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

O aplicativo para computadores Capchu, desenvolvido na Escola Politécnica (Poli) da USP por um aluno de iniciação científica, calcula em menos de um minuto o volume ideal de reservatórios para armazenar água de chuva e criar uma alternativa de abastecimento. O programa utiliza dados sobre a quantidade de chuvas e o consumo de água para estimar o volume obtido pelo sistema de captação e o quanto será economizado ao longo do ano. O aplicativo será utilizado na elaboração do projeto do reservatório do sistema de captação da água de chuva no Centro de Práticas Esportivas da USP (Cepeusp).

O professor José Carlos Mierzwa, da Poli coordenador do projeto do aplicativo, conta que a água da chuva é captada em uma área, normalmente o telhado ou cobertura de uma casa ou edificação. “A água entra em uma tubulação e passa por um dispositivo de separação de detritos e folhas. Em seguida, vai para um reservatório de descarte inicial, onde a água mais suja sai pela rede de águas pluviais”, explica. “Quando ele transborda, a água segue para o reservatório de armazenagem e, antes de ser usada, passa por um sistema de tratamento, filtração e desinfecção.”

Segundo o professor, a grande dificuldade para planejar sistemas de captação de água de chuva era a falta de um procedimento adequado para dimensionar o reservatório de armazenagem. “Em alguns casos, ele ficava grande demais, resultando no aumento dos custos de implantação e manutenção e tornando o sistema inviável”, relata.

Capchu, desenvolvido na Poli, calcula em menos de um minuto o volume de reservatórios para armazenar água de chuva e criar opção de abastecimento – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Em 2004, Mierzwa e outros pesquisadores do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (Cirra), vinculado ao Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Poli, desenvolveram um método para calcular o volume do reservatório, em que os dados sobre chuvas e demanda de água eram inseridos manualmente em planilhas. “Isso fazia com que os cálculos demorassem horas para serem elaborados. Com o aplicativo, as informações são obtidas automaticamente e a estimativa pode ser feita em menos de um minuto.”

Projeto do aplicativo é coordenado pelo professor José Carlos Mierzwa. Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Na tela do Capchu, o usuário pode obter imediatamente dados pluviométricos da região onde será instalado o reservatório, pois o aplicativo está conectado ao banco de dados do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ou a outra base de dados. “Em seguida, o usuário coloca dados sobre a área de cobertura, o limite de captação, a demanda diária de água e o volume pretendido para o reservatório”, aponta Mierzwa.

“A partir dessas informações, o programa fornece gráficos e tabelas que apontam o volume que pode ser aproveitado e qual será a economia anual de água, permitindo o planejamento do sistema.” Em parceria com a Superintendência de Gestão Ambiental (SGA), o aplicativo será utilizado no dimensionamento do sistema de aproveitamento de água da chuva no Cepeusp.

“Estimativas preliminares mostram que um reservatório com volume de 50 metros cúbicos (m3) poderá atender a uma demanda diária de 20 m3, isso representará uma economia de cerca de 4.000 m3 por ano”, destaca o professor. A água deverá ser captada na cobertura dos módulos poliesportivos do Cepeusp. “Ela será utilizada na descarga em bacias sanitárias, nos mictórios dos banheiros, na irrigação e lavagem de pisos.”

O aplicativo começou a ser desenvolvido em setembro de 2016 por Guilherme Mierzwa, aluno da graduação em Engenharia Elétrica, ênfase em Computação da Poli, dentro de um projeto de iniciação científica. A pesquisa teve a colaboração dos professores Mierzwa, Ivanildo Hespanhol e Maurício Costa Cabral, da Poli. Em janeiro deste ano, o grupo obteve o registro do software no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). “A ideia é tentar difundir na área acadêmica em um primeiro momento e depois para a sociedade em geral”, conclui Mierzwa.

Mais informações: e-mail mierzwa@usp.br, com o professor José Carlos Mierzwa


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