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Nesta coluna, Renato Janine Ribeiro comenta dois casos envolvendo crianças pequenas e o trabalho de seus pais. No primeiro, um advogado levou o filho para a sessão do Superior Tribunal de Justiça, em Brasília, e os ministros, sensibilizados, anteciparam o atendimento dele. Já em outro, ocorreu o oposto: um desembargador repreendeu uma advogada por ela estar com um bebê em uma sessão on-line.

Para Janine, não é bom, em uma reunião em grupo, a existência de sons que possam distrair as pessoas da atenção devida. Porém, é preciso ter bom senso, compaixão e solidariedade humana. O professor recorda de uma aluna que levava a filha em suas aulas. Ela nunca pediu licença, mas Janine também nunca pensou em repreendê-la ou proibir. Foi quando ocorreu algo curioso: um aluno pediu ao professor que a proibisse. Janine perguntou se isso o incomodava e a resposta foi que sim, “porque a menina é tão encantadora que eu não consigo prestar atenção na sua aula. O senhor me desculpe, mas o senhor não consegue rivalizar com essa menininha”.

Janine lembra que não é a melhor coisa para a criança estar em uma sala de aula ou acompanhando o pai no tribunal, no meio de adultos. Mas é preciso acreditar que tanto o pai como a mãe estavam com os filhos porque não tinham com quem deixar. E é aí que deve surgir a solidariedade humana. No caso da aluna, ela continuou levando a filha às aulas.

O professor ainda comenta sobre a primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, que vem sendo alvo de críticas por ter aparecido em um vídeo dançando com amigos. Janine diz não saber se o caso ocorreu por ela ser mulher, “mas é bem possível que seja”. Porém, ressalta que, antes de tudo, ela é uma pessoa que está exercendo o seu direito de se divertir. “É uma visão conservadora acreditar que as pessoas em uma função pública não podem ter vida privada”, diz.