Um estudo muito recente, publicado numa revista especializada, mostrou que medicamentos usados para tratar hipertensão arterial, os chamados bloqueadores de canais de cálcio, como nifedipina e verapamil, podem estar associados a uma frequência um pouco maior de diagnóstico de glaucoma. Por outro lado, betabloqueadores como o atenolol, bisoprolol, também usados para tratar hipertensão e arritmia, foram associados a uma menor pressão ocular, como se estivessem tratando sem querer essa característica do glaucoma, já que não foram prescritos com essa intenção. Para Eduardo Rocha, isso demonstra, mais uma vez, que remédios sempre possuem efeitos secundários ou colaterais, podendo ser bons ou ruins.
Uma boa notícia é a de que, no futuro, alguns remédios usados para doenças sistêmicas podem ganhar a forma de colírio e servir para o tratamento de problemas oculares. Rocha diz que isso já acontece há algum tempo com classes de remédios como antibióticos e anti-inflamatórios, mas, como foi mostrado na Arvo 2023, maior evento de pesquisa em visão e saúde ocular do mundo, outros medicamentos da farmacopeia clínica estão sendo considerados em pesquisas para doenças oculares. De acordo com o colunista, esse é um movimento chamado de redirecionamento de remédios já conhecidos para outras doenças e depende de mais pesquisas. De todo modo, é importante ressaltar que remédio é coisa séria e que deve ser usado com critério, por conta de seus efeitos. Por isso, o melhor a fazer é sempre procurar o médico e evitar a automedicação, aconselha Eduardo Rocha.
Fique de Olho
A coluna Fique de Olho, com o professor Eduardo Rocha, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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