Qualidade de vida no “Saúde sem Complicações”

Não basta apenas curar o câncer, tem que dar qualidade de vida, afirma especialista

 07/02/2018 - Publicado há 7 anos
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O Saúde sem Complicações desta semana traz o tema Qualidade de vida em câncer, com a professora Fernanda Maris Peria, da Divisão de Oncologia Clínica do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Qualidade de vida em câncer é o ato de fazer com que o tratamento não interfira tanto na vida do paciente e que, de alguma forma, consiga ao máximo preservar a capacidade de manter as atividades que para ele são importantes. “Sabemos que a sobrevivência é importante. Mas será que faz sentido estar vivo e internado em um hospital? Ou vomitando e passando mal o tempo todo? O nosso intuito é fazer o tratamento curar a doença, mas curar sem atrapalhar tudo aquilo que faz sentido” explica a professora.

Quando um paciente descobre que está com câncer, inicialmente a parte mais difícil é a aceitação. “Qualquer resultado que conste é impactante, pois já de início o paciente associa que vai morrer e, dependendo do câncer, realmente pode interferir no bem-estar social dessa pessoa”, explica.

Até 15 anos atrás o principal foco era saber se um medicamento era eficaz ao ponto de acabar de vez com o câncer, mas de uns tempos para cá as coisas vêm mudando. “Hoje já não basta saber se o medicamento é bom ao ponto de curar, os estudos querem saber de seus efeitos colaterais e o quanto isso afeta o paciente”, diz Fernanda.

Em um processo de tratamento para o câncer, em sua maioria, são utilizados três métodos. O primeiro é a cirurgia, que tem o intuito de tirar ao máximo o tumor, o segundo é a radioterapia, que age diretamente no local, lançando uma alta quantidade de radiação; já o terceiro é a quimioterapia, que consiste em uma série de medicamentos, tentando matar ao máximo as células que restaram da doença. “Por ser uma série de procedimentos de alta intensidade eles atingem também outras células, como a que produz o cabelo, ou as da boca e até mesmo algumas células sanguíneas.”

Com o avanço das tecnologias, novos métodos estão surgindo e, segundo Fernanda, o câncer não vai deixar de existir e nem todos terão cura, “mas será algo passível de controle e deverá ser uma doença crônica, deixando de ser sentença de morte”.  

O programa Saúde sem Complicações é produzido pela locutora Mel Vieira e pela estagiária Giovanna Grepi, da Rádio USP Ribeirão, com trabalhos técnicos de Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana. Apresentação de Mel Vieira e direção de Rosemeire Soares Talamone.

Por: Thainan Honorato


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