O Saúde sem Complicações desta semana recebe a professora Ana de Lourdes Candolo Martinelli da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. Ela fala sobre a hepatite que é uma inflamação do fígado e que pode ser dos tipos A, B, C, D ou E.
A doença pode ser assintomática ou com poucos sintomas, caracterizados pelo amarelamento das mucosas do olho e da pele, urina escurecida, fezes esbranquiçadas, mal-estar e febre. “Se o médico não estiver pensando nessa possibilidade, passa como mal-estar, gastroenterite ou virose”, alerta a médica.
A professora conta que a cor amarelada da pele é causada pelo aumento do pigmento bilirrubina. Esse pigmento é metabolizado e eliminado na bile como uma função do fígado. Por isso, quando o fígado está inflamado perde essa função, a bilirrubina circula pelo sangue e o paciente apresenta pele e mucosas amareladas.
Cerca de 85% das pessoas, diz Ana de Lourdes, não sabem que têm hepatite C, de acordo com levantamento de sorologia das capitais brasileiras publicado em 2013. Assim, a hepatite é identificada, na maioria das vezes, por sorologias específicas ou testes que detectam se o vírus circula pelo corpo.
Ana afirma que os vírus são diferentes e possuem particularidades na forma de transmissão, infecção, manifestação clínica e tratamento. Por exemplo, as hepatites A e E têm transmissão por alimentos ou água contaminada e interpessoal. Já a B, C e D é parenteral, ou seja, pelo sangue, fluídos e secreções.
Nas hepatites A e E os sintomas podem passar, porque a maioria das infecções são virais e o próprio organismo combate o vírus. Já a B depende da fase de contaminação, por exemplo, 90% dos recém-nascidos não conseguem se curar espontaneamente. Entretanto, conta Ana de Lourdes, independente da fase é possível receber tratamento, mas alguns casos podem evoluir para quadros mais graves como cirrose hepática e câncer de fígado.
A professora explica que há vacina para as hepatites A e B e que já estão no calendário de vacina das crianças. Adultos também podem receber a vacina contra hepatite B e contra a A, quando ainda não teve hepatite A.
O programa Saúde sem Complicações é produzido pela locutora Mel Vieira e pela estagiária Giovanna Grepi, da Rádio USP Ribeirão, com trabalhos técnicos de Mariovaldo Avelino e Luiz Fontana e direção de Rosemeire Soares Talamone. A apresentação é de Mel Vieira.
Giovanna Grepi