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No episódio de hoje (6),  o professor Nabil Bonduki conta sua experiência na Universidade ETH, em Zurique. Para ele, foi um momento excelente, tanto no que diz respeito ao aspecto didático da relação de professor com os alunos daquela instituição como também para as atividades de pesquisa que ele pode desenvolver na Suíça durante o intercâmbio das duas universidades. Os alunos de Zurique desenvolveram um projeto para a região do Morro Grande, em São Paulo, na região noroeste de São Paulo, entre a Freguesia do Ó e a Brasilândia. “Embora os alunos suíços estejam em uma realidade muito distante da nossa, entenderam muito bem o contexto da periferia de São Paulo, dos seus problemas e das suas carências e necessidades”, analisa Bonduki.

Como exemplo, o professor cita o trabalho de reabilitação dos edifícios da antiga Vila Operária, inclusive dos equipamentos que existiram lá, como a capela, o cinema, transformando esses espaços num Centro Cultural. Também teve muitos trabalhos preocupados com a questão da drenagem urbana, ampliação das áreas verdes, principalmente nas falhas das favelas, além de projetos sobre a questão do saneamento e até de agricultura urbana e alimentação saudável. Foram 15 projetos apresentados de uma maneira muito clara, com maquetes. Para Bonduki, o intercâmbio foi amplamente atingido do ponto de vista didático.

Aproveitando a viagem, o professor também desenvolveu algumas pesquisas. Ele conta que, sempre que visita uma cidade ou um país, busca conhecer a produção habitacional, ou seja, os conjuntos habitacionais produzidos no país visitado. Ele se surpreendeu ao encontrar uma experiência de cooperativas habitacionais que existem há mais de 100 anos e já produziram cerca de 23% do total das unidades habitacionais da cidade de Zurique. Outro fato interessante, segundo Bonduki, é que a terra é concedida pela Prefeitura, e a cooperativa produz sem finalidade de lucro, o que permite alugar as unidades habitacionais aos associados da cooperativa a um custo 30% inferior. Bonduki pensa ser interessante fazer adaptações para a realidade do Brasil, principalmente de São Paulo, pensando em uma política de locação social baseada não na gestão do Estado, mas em uma gestão de uma entidade pública não estatal, como são as cooperativas.

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