Os assistentes pessoais, como a Alexa ou a Siri, da Apple, parecem estar em todos os lugares: casas de espetáculos, restaurantes, hotéis e até, pasmem, motéis. Luli Radfahrer, transitando pela rodovia Raposo Tavares, também conhecida como rodovia do amor por causa dos muitos motéis existentes ao longo de sua extensão, deparou-se com um motel cujo proprietário, talvez querendo se diferenciar dos demais ou apostando numa estratégia de marketing, colocou um outdoor enorme com o aviso “Alexa em todas as suítes”.
“Agora, o que eu acho que o dono desse motel não percebeu, é que a Alexa é um gravador. Cada vez que você coloca a Alexa em algum lugar, ela está gravando o tempo todo tudo o que está ali e está transmitindo para a rede. A desculpa dela é que ela precisa estar gravando, porque ela precisa estar pronta para quando você falar ‘Alexa’. Agora, mesmo que você não fale ‘Alexa’, ela está ali, gravando, e eu acho que as pessoas que vão para um motel não querem ser gravadas.”
Outra coisa curiosa em relação à Alexa é que muitos pais estão colocando em seus filhos o nome desse dispositivo. Na opinião de Radfahrer, as pessoas parecem ter perdido a noção. “Uma tecnologia é uma ferramenta, como uma ferramenta você pode gostar muito dela, você pode usá-la muito, mas você não vai se apaixonar por um alicate, você não vai dar um nome para sua chave de fenda e você não vai colocar o seu forno de micro-ondas em qualquer lugar. Ninguém vai colocar um forno de micro-ondas num quarto de criança, porque a criança pode se acidentar seriamente lá dentro; do mesmo jeito, você tem que tomar cuidado onde coloca esses assistentes pessoais, porque eles estão, sim, gravando você o tempo todo”, finaliza.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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