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Nesta edição de sua coluna, o professor José Eli da Veiga fala sobre a próxima COP, cujo início está previsto para o final de novembro, em Dubai. “Não começou ainda, mas não demora, o noticiário vai estar denso com notícias sobre a próxima conferência das partes da convenção do clima, chamada Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, o que normalmente a gente abrevia como COP, e vai ser a 28ª, imagina, sem resultados, praticamente nenhum. Quer dizer, o que nós temos em relação à decisão de um tratado sobre o clima é um fracasso absoluto, com milhões de tergiversações, explicações, etc., mas o balanço só pode ser esse e vai ser mais uma ridícula COP, desta vez ainda por cima no medieval Emirados Árabes Unidos, em que quase que se glorifica a continuação da exploração do petróleo, algo que lá atrás, em 92, quando se assinou o tratado ou a convenção quadro, se imaginava provavelmente que, por volta de 2023, o petróleo já teria sido abandonado e a transição para outras fontes de energia, não fósseis, tivesse sido mais célere.” 

Embora a COP só vá acontecer no final de novembro, José Eli da Veiga está se antecipando, “porque a única coisa que poderia ser uma sinalização positiva em relação a uma COP seria alguma formação de consenso no G20, e acontece que a gente acabou de ter no final de semana mais uma reunião do G20, que deu muito o que falar, não é? Teve muita cobertura, principalmente dos aspectos geopolíticos e das quase palhaçadas que a gente vê nesses eventos, mostrando que, muito pelo contrário, principalmente em função do fato de a Rússia ter invadido a Ucrânia há um ano e meio, a situação internacional não é nem um pouco favorável a se caminhar para algum tipo de consenso entre essas 20 grandes economias e que, se surgisse, seria, como eu disse antes, decisivo para a possibilidade de haver algum tipo de acordo, quando se junta quase 200 países para discutir firulas de procedimentos da convenção etc. Isso com certeza, no futuro, vai ser visto como um capítulo, um período simplesmente ridículo da nossa história, ainda mais que nós estamos ao mesmo tempo tomando consciência de que já estamos no Antropoceno”. 

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