Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, destaca a mobilização popular em torno do complexo esportivo do Ibirapuera, após a recusa para a abertura de um processo de tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat).
O urbanista afirma que a autorização para a concessão do complexo para o setor privado foi ilegal, uma vez que o terreno de 91 mil metros quadrados onde estão o ginásio e o conjunto esportivo pertencem à Prefeitura. “E, portanto, precisaria ser discutido e aprovado pela Câmara de vereadores, o que não aconteceu”, aponta.
Para Bonduki, o Condephaat se tornou um órgão controlado pelo governo do Estado, que alterou a composição do conselho e retirou parte da participação das universidades. Mas, de acordo com o professor, as interferências políticas em órgãos de preservação vêm ocorrendo sistematicamente em todo o País. “O Iphan, que é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, é um órgão antiquíssimo, criado por Mário de Andrade em 1937 e sempre foi gerido por pessoas habilitadas”, conta. No entanto, Bonduki alerta para uma forte interferência do governo federal no órgão. “Na semana passada, soubemos da notícia da substituição do diretor de patrimônio imaterial por um pastor sem nenhuma experiência”, lamenta.
Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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