O tema da coluna desta semana são os eventos climáticos extremos e seu impacto para os direitos humanos. O professor Pedro Dallari faz uma reflexão sobre como esses eventos afetam a qualidade de vida da humanidade.
“Realmente são muito alarmantes esses eventos climáticos extremos. Nas últimas semanas, temos tido, no Brasil, as grandes queimadas afetando não só a Amazônia, mas vastas regiões do País. Esses eventos causam graves danos para a saúde humana, para a economia, para vida normal das pessoas, e isso se insere em um contexto global. Os eventos climáticos extremos representam um fator de risco para a humanidade, para as condições de sobrevivência da própria espécie humana, ao lado de outros fatores de risco, como, por exemplo, a ameaça de um conflito nuclear, o risco de uma nova pandemia, o risco da ausência de controle sobre a inteligência artificial”, explica Dallari.
O professor considera que essas dificuldades poderão ser superadas por meio de mecanismos de governança internacional. “Uma característica comum a todos é que eles não são passíveis de controle ou de gestão a partir de um único país. São eventos internacionais que afetam a humanidade de maneira geral e que só são passíveis de controle para redução de danos a partir de ações de governança internacional, ou seja, de relações internacionais que, através do multilateralismo, promovam medidas abrangentes articuladas e concretas para lidar com esses fatores de risco. Teremos agora, no final do ano, a reunião do G20 [Cúpula de Líderes do G20], no Brasil, e a COP 29 [Cúpula Climática das Nações Unidas], no Azerbaijão. São dois momentos muito importantes e é necessário que, a partir desses encontros, que reúnem as principais lideranças políticas do planeta, saiam decisões rápidas e emergenciais para lidar com esses fatores de crise”, avalia.