Na pandemia, muitas pessoas passaram a ficar em casa, fazendo isolamento, além do eventual fechamento dos comércios e restaurantes. Essa situação favoreceu o crescimento dos serviços de delivery e o número de seus trabalhadores. A bicicleta se tornou o material de trabalho desses entregadores, que não têm qualquer amparo legal.
“Com o aumento da demanda, a concorrência e mais pessoas desempregadas, existe a migração de muitos jovens, e às vezes não tão jovens, a subir na bicicleta e se arriscarem com a pressa”, aponta o professor Paulo Saldiva.
Em sua coluna Saúde e Meio Ambiente, o professor comenta que os acidentes que já testemunhou não são de responsabilidade da operadora responsável pela entrega. Há também casos de pessoas com problemas de obesidade ou sedentarismo, que se deparam com a tarefa de pedalar por toda a cidade para ganhar o suficiente para sobreviver nestes tempos.
Nós utilizamos esses serviços, mas precisamos estar atentos para como são organizadas as relações de trabalho das pessoas que nos servem. “Seria importante que a gente refletisse um pouco para regularizar as condições de trabalho, porque essas pessoas são invisíveis”, afirma. “O reconhecimento desse grupo de pessoas invisíveis não é merecido, nem as condições de trabalho as ideais. Mais um contraste que a pandemia nos coloca.”
Saúde e Meio Ambiente
A coluna Saúde e Meio Ambiente, com o professor Paulo Saldiva, vai ao ar toda segunda-feira às 8h, quinzenalmente, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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