A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP realizou um estudo sobre o crescimento dos municípios paulistas entre 1990 e 2022, tendo por base o censo populacional. E o que se percebeu, segundo o professor Luciano Nakabashi, é que os municípios vêm crescendo menos no Estado de São Paulo; na verdade, alguns deles já apresentam crescimento negativo populacional, enquanto outras regiões permanecem dinâmicas, “mas é cada vez maior a quantidade de municípios que têm um crescimento populacional negativo. Essa dinâmica veio mudando um pouco ao longo dessas décadas que a gente estudou, mas é cada vez mais claro que algumas regiões são mais dinâmicas e que outros municípios vêm perdendo população, o que acaba sendo muito ruim para esses municípios”.
Dois fatores interferem diretamente nessa dinâmica, principalmente a redução na taxa de fertilidade, uma característica não só do Estado de São Paulo como também do Brasil, e o perfil da economia de determinadas regiões, já que alguns municípios são mais dinâmicos do que outros por atraírem mão de obra e apresentarem uma mercado de trabalho mais robusto, gerando vagas de emprego. “Se a gente pega, por exemplo, a capital, o que a gente percebe é que ela apresentou um crescimento muito forte; se a gente pega em 1900, o município tinha mais ou menos 240 mil habitantes e hoje tem aproximadamente 12 milhões, um crescimento muito alto”, constata o colunista. “O município atraiu pessoas não só do Estado de São Paulo, mas de outras regiões do País, só que, no período que a gente estuda, ele já tinha perdido dinamismo. Na região da capital, nos municípios do entorno, e mesmo quando você expande, ele foi um dos que menos cresceram, então, o município, que atraiu muita gente, foi muito dinâmico, nesse período esse dinamismo passou para os municípios no entorno, como as regiões de Campinas, Sorocaba, São José dos Campos e Baixada Santista.”
Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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