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Os impactos econômicos da divisão geopolítica mundial que vêm ocorrendo é o tema da coluna Reflexão Econômica desta semana. O professor Luciano Nakabashi conta que atualmente se vê um mundo com grande integração econômica e social, mas no meio desse processo uma divisão que gerou conflitos econômicos, principalmente pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a manutenção de políticas de retaliação contra a China pelo atual presidente daquele país, Joe Biden, e como consequência disso uma aliança entre China e Rússia. “No meio desse processo, seria muito difícil que essa invasão (da Rússia na Ucrânia) tivesse ocorrido sem o respaldo da China para a Rússia.”

Para Nakabashi, se a China fosse contra a invasão e tivesse disposta a entrar com embargos econômicos contra a Rússia, essa estaria isolada e consequentemente não teria ocorrido essa invasão. Então, tem uma relação que parte de um problema econômico e geopolítico em que a China ganha cada vez mais participação e importância em termos globais e isso gera reação. “O que é surpreendente é a manutenção pelo presidente Biden dos embargos colocados contra a economia chinesa.”

Sobre os efeitos econômicos decorrentes desses eventos, o professor conta que os processos de integração produtiva, com o fluxo de pessoas e capital e conhecimento entre os países, através sobretudo das cadeias globais de valor, têm ganhos fortíssimos em termos de eficiência econômica, o que reduz a possibilidade de conflitos. Por outro lado, o que a pandemia explicitou e agora também essa invasão da Ucrânia, é uma dependência que pode gerar problemas em determinados momentos, como, por exemplo, de equipamentos médicos da China (na pandemia), e agora de petróleo e gás da Europa em relação à Rússia (na invasão da Ucrânia). “Quando não existe uma confiança maior e uma tendência ideológica, isso gera conflitos e vai mudando o equilíbrio de forças políticas, o que leva a uma tendência de retração das cadeias globais de valor e uma divisão política muito mais clara para os próximos anos. Isso pode gerar perdas de eficiência e menor grau de colaboração entre os países, o que é ruim economicamente e em termos de estabilidade política e social, mas é o processo de evolução.”

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