A relação entre o espraiamento do contágio do coronavírus e a densidade da população urbana tem sido o tema mais discutido pelos urbanistas na atualidade. A professora Raquel Rolnik destaca que densidade populacional alta, que em tese é muita gente aglomerada, não necessariamente constitui mais perigo de aumento do contágio.
Ela destaca que nem sempre os lugares com prédios muito altos são os mais densos, como é o caso dos bairros populares brasileiros, onde muita gente ocupa poucos metros quadrados de área construída, sendo muito mais densos que os bairros com prédios altos. Para ela, não há correlação evidente e imediata e cita, como exemplo, cidades asiáticas de altíssima densidade, como Singapura, Seul, Hong Kong e Tóquio, onde a epidemia não se espalhou violentamente.
Do ponto de vista da organização do espaço, o que é determinante, para a colunista, é a grande densidade de circulação não somente de pessoas como também das cadeias globais de suprimentos, que podem ser um fator importante para entender a relação humana e a covid-19.
Ouça no player acima a íntegra da coluna Cidade para Todos.
Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.