A democracia está sob forte risco na América Latina, com vários países autoritários com seus regimes democráticos enfraquecidos. Alberto do Amaral cita, entre eles, Cuba, Venezuela, Nicarágua e Bolívia. A Argentina não se compara à frágil democracia da Bolívia, mas, em contrapartida, o governo perde na credibilidade popular, além de um crescente movimento antissistêmico. O Peru é outro exemplo onde a democracia é frágil, com trocas de presidentes e constantes acusações de corrupção.
Para Alberto do Amaral, o caso mais emblemático da América Latina é o do Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro tem atacado as instituições sistematicamente, em especial o Poder Judiciário, além de contestar a legitimidade das próximas eleições, e isso, no entender do colunista, é alarmante para quem se preocupa com a consolidação da democracia e com a existência de eleições limpas.
O crescimento do populismo na região, seja de direita ou de esquerda, é antipluralista, contrário às instituições, é clientelista, além de ser um estilo de governo que coloca em risco a democracia com o autoritarismo, ou seja, a autocracia, quando apenas um pode governar. O colunista lembra que a democracia é uma forma de preservar o direito das minorias, com possibilidade de alternância no poder. Nesse sentido, as eleições de outubro serão vitais para ditar o destino da região.
Um Olhar sobre o Mundo
A coluna Um Olhar sobre o Mundo, com o professor Alberto Amaral, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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