Mais da metade da população mundial vive em cidades. No Brasil, esse índice chega a 61%. As cidades, portanto, são peças fundamentais para entender a crise climática e desenvolver soluções que previnam ou que consigam responder rapidamente aos desastres climáticos, salvando muitas vidas. Para falar sobre exemplos, ações e políticas públicas nesse sentido, o USP Analisa recebe o professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Arlindo Philippi Júnior, que também é o coordenador institucional do Centro de Sínteses USP Cidades Globais do Instituto de Estudos Avançados.
Ele destaca que, em geral, a prevenção não é considerada um tópico de prioridade pelas administrações municipais no Brasil, mas há cidades que vão na direção contrária, como Blumenau (SC). Lá, segundo o docente, existe uma estreita relação com o objetivo de prevenir e mitigar esses desastres, que envolve a prefeitura, os governos de municípios do entorno, a sociedade civil e a universidade.
“Com esse exemplo, dá para caracterizar que o Brasil sabe como enfrentar, tem pessoas e tem instituições que conseguem responder a essas questões. Ao levar em consideração a circunstância de ter planejamento, plano de ação e um plano de contingência quando a situação ocorre, esse modelo pode ser aplicado em várias partes do país gradualmente”, afirma o docente.
Arlindo explica que as inundações são naturais nas regiões de fundo de vale, por onde passam os cursos d’água. Por isso elas devem ser preservadas e não destinadas à habitação, o que também vale para encostas de morros. “Dependendo da forma e da intensidade dessas chuvas, nós podemos ter apenas um fenômeno de chover, elevar as águas, inundar e depois ir embora. Mas nós podemos também ter, em função do volume dessas chuvas, águas que circulam em alta velocidade e, além de inundar, vão destruir. Então os municípios têm que estar atentos e preservar essas áreas de fundo de vale. Se elas já foram ocupadas, pensar sobre as alternativas de realocá-las, planejando as ações de tal forma que esses locais não sejam mais ocupados por atividades que possam colocar em risco a vida de pessoas”.
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USP Analisa
O USP Analisa Vai ao ar pela Rádio USP quinzenalmente às sextas-feiras, às 16h:45, e também está disponível nos principais agregadores de podcast. O programa é uma produção conjunta da Rádio USP Ribeirão Preto (107,9 MHz) e do Instituto de Estudos Avançados Polo Ribeirão Preto (IEA-RP) da USP. Apresentação e edição: Thaís Cardoso. Produção: João Henrique Rafael Junior.
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