Técnica desenvolvida na USP, em Piracicaba, pode combater fitopatógeno prejudicial a espécies de abacateiros

Experimentos realizados no Centro de Energia Nuclear (CENA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, possibilitaram a produção de mudas “in vitro” de abacateiros Duke 7 e Toro Canyon capazes de combater a podridão radicular (Phytophthora cinnamomi Rands), principal doença da cultura

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 07/11/2024 - Publicado há 4 meses
Novos Cientistas - USP
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Técnica desenvolvida na USP, em Piracicaba, pode combater fitopatógeno prejudicial a espécies de abacateiros
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Na entrevista desta quinta-feira (7), no podcast Os Novos Cientistas, o engenheiro agrônomo e professor Edypol Guilherme Baptista descreveu sobre seu estudo realizado no Centro de Energia Nuclear da Agricultura (CENA), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Na tese de doutorado intitulada Estratégias in vitro para produção de mudas de abacateiro tolerantes a Phytophthora cinnamomi Rands, o cientista mostra como desenvolveu mudas “in vitro” resistentes ao fitopatógeno Phytophthora cinnamomi Rands, causador da podridão radicular, que é a principal doença da cultura. “Aqui no Brasil, mesmo com os avanços observados nos últimos anos, a produção de mudas para porta-enxertos é pouco tecnificada”, destacou o professor, que teve a orientação da professora Adriana Pinheiro Martinelli.

Nos laboratórios do CENA, Edypol estudou a produção de mudas “in vitro” de Abacateiros Buck 7 e Touro Canyon. De acordo com o cientistas, o fitopatógeno em questão é danoso também a outros tipos de abacateiros e outras culturas. “Na verdade, ele é um ‘pseudo fungo’. Tem as estruturas bem parecidas mas não é classificado como um fungo”, explicou. Edypol contou ainda que o Brasil tem um papel bem diferenciado nesse mercado de abacate. “Temos um mercado bem consolidado voltado mais para produção interna que são esses abacates, mais aguados e mais doces, que são usados em vitaminas, sorvetes e sobremesas”, informou. Entre as principais regiões produtoras de abacate no Brasil, o professor lembra que São Paulo figura com o líder, tanto na produção quanto na exportação. “Há outros estados que tem suas produções crescendo, como Minas Gerais e Paraná, por exemplo”, destacou.

No cenário mundial, Edypol informou que o México é protagonista, tanto na produção quanto na exportação. “Lá, o fruto é parte da cultura alimentícia deles. Assim, eles têm mais do que o dobro de produção do segundo colocado”, descreveu. Além do México, países como a África do Sul, Israel e Espanha são grandes produtores da fruta. “O Brasil, nos últimos anos, está entre o sétimo e o décimo produtor mundial”, observou. Para estudar as espécies Duke 7 e Toro Canyon, Edypol contou que teve até uma certa dificuldade. “Quando fui desenvolver o meu projeto eu fui atrás de alguns centros de pesquisa. Há poucos exemplares desses cultivares. Lá na Esalq, por exemplo, tem só três árvores de Duke 7 e uma de Touro Canyon”, contou o pesquisador, lembrando que pode ter outros representantes na UNESP de Jabuticabal. Outro intuito do trabalho, como explicou o cientista, foi justamente aumentar o número de indivíduos desses cultivares no Brasil.

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