
O Saúde Sem Complicações desta semana continua o bate-papo com o psiquiatra Erikson Felipe Furtado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, que, no programa anterior, explicou o que é o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e como ocorre o diagnóstico da doença. Nesta edição, o médico fala sobre a vida escolar da criança autista.
Importância da escola no desenvolvimento da criança com TEA
O debate em torno do desenvolvimento de uma criança autista envolve o acompanhamento diário dos espaços que a criança frequenta e a escola, lembra o professor, é onde a criança passa uma parcela importante de seu dia. Assim, “ela tem direito de ter uma escola que atenda às suas necessidades”, afirma o médico, falando de inclusão e a garantia de um espaço para convivência de todas as crianças, inclusive as com TEA.
Para os casos em que a criança está apta ao contato escolar, Furtado adianta os benefícios da escola, ressaltando a importância do acolhimento oferecido às crianças pelos profissionais da educação. O contato com outras pessoas, avalia, é fundamental na interação e no entendimento do ambiente, ajudando a promover o desenvolvimento de habilidades das crianças com TEA.
Furtado ressalta o benefício do contato realizado em ambiente escolar para a criança com autismo, admitindo, no entanto, que não se trata somente de uma obrigação da escola, mas de trabalho em conjunto com atendimento médico especializado e família.
Quanto à predisposição da doença, por outro lado, o professor adianta que, apesar de as pesquisas apontarem fatores genéticos e ambientais, não é possível afirmar uma única causa para o surgimento do autismo. E que ainda não existe uma cura para o transtorno, mas esperança nos resultados de pesquisas para um futuro a médio prazo. Diagnóstico precoce e tratamento continuam sendo os recursos para que a pessoa consiga ter uma vida perto dos padrões impostos pela sociedade.
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