O protesto na música de Chico César tem subjetivismo existencial com subjacência afro-nordestina, trazendo uma pintura poética da transcendência social do amor. Lembrando nuance da luta pelo amor livre, que comportamento mais próximos de um possível naturalismo existencial afro-ameríndio. Sua criatividade chama atenção para as desventuras das relações amorosas, que estão no limite da convencionalidade, que se tem no poder do patriarcalismo eurocaucasiano. Essa música crítica reflexiva ganha mais densidade semântica com o canto militante de Daniela Mercury, que é uma bandeira do amor sem limites. A irreverente negritude autoral de Chico César é, contudo, um manifesto estético contra o padrão de vida convencional impostos pela hegemonia do euro-hetero-macho-autoritário.
O canto de Lazo Matumbi demonstra que a africanidade é essencial nas musicalidades mais significativas, tais como: jazz, rock e samba, que são traduzidas nas forças, do imaginário amoroso, que se tem nas luzes, do sol e da lua. Seu canto performático traz a sugestão que o negro é a cor quente na alegria da capital baiana. Como se vê no protagonismo estrutural na tamboralidade do afoxé e do reggae, ainda que esse contributo seja negado pelo frio capital da indústria turística euroheteronormatividade.
Quilombo Academia
O Quilombo Academia é transmitido as quintas-feiras, às 13 horas, com reapresentação aos domingos, às 19 horas e 30 minutos, na Rádio USP São Paulo e Ribeirão Preto, e também por streaming. As edições do programa estão disponibilizadas nos podcasts do Jornal da USP (jornal.usp.br) e nos agregadores de áudio como Spotify, iTunes e Deezer.
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