
O podcast Pílula Farmacêutica desta semana fala sobre herpes zoster, conhecida popularmente como cobreiro. A doença, que atinge pessoas acima dos 50 anos de idade, provocando lesões na pele e muita coceira, é desencadeada pelo mesmo vírus da catapora, o varicela-zoster. Curiosamente, a imprensa noticiou recentemente o aumento de 35% de casos de herpes-zoster após a pandemia da Covid-19, porém sem confirmações de relação com o coronavírus.
Conforme conta a acadêmica Amanda Pereira de Araújo, orientada pela professora Regina Andrade da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, a doença é causada pelo mesmo vírus da catapora. Amanda afirma que “o vírus permanece “adormecido” no organismo durante toda a vida da pessoa, podendo ser reativado na idade adulta ou em pessoas com baixas defesas no organismo, como as que têm doenças crônicas como hipertensão, diabetes, câncer, Aids e pacientes que fizeram transplante”.
O herpes zoster pode trazer complicações graves e prolongadas como a neuralgia pós-herpética que afeta até 30% dos portadores da doença com dor de longa duração, formigamento, agulhadas, febre, mal-estar e muita coceira no local afetado antes do aparecimento das lesões de pele. Os locais mais prováveis das lesões são o tórax, o pescoço e as costas. Mas, medidas de proteção devem ser seguidas para que não atinjam os olhos, agravando o quadro.
Adultos com mais de 50 anos que já tiveram catapora
A doença ataca os adultos de mais de 50 anos de idade, os portadores de diabetes tipo 2 e pessoas que obrigatoriamente já tiveram catapora. Quem nunca teve catapora não corre o risco, porém podem se contaminar com o vírus do herpes e desenvolver catapora.
O risco do contágio aumenta com a idade, conta a acadêmica Amanda, pela fragilidade imunológica, mesmo que a pessoa esteja saudável. Com a queda da imunidade, o vírus é capaz de entrar nos “nervos onde aparecem as bolhas, causando uma dor muito intensa no local, também chamada de nevralgia”. Em adultos com mais de 50 anos, a dor pode durar até cem dias. Já em crianças e jovens, não é comum relatos dessa dor.
Tratamento da herpes-zoster
Para os casos mais simples, Amanda diz que são apenas administrados anti-histamínicos, antitérmicos e analgésicos não-salicílicos, além das recomendações protetivas. Já para pacientes com risco de agravamento, “é realizado o tratamento através do antiviral aciclovir, que não é indicado para pessoas que estejam fazendo tratamento com ácido acetilsalicílico (AAS, também conhecido como Aspirina), corticoides, com menos de 12 anos de idade e que tenham problemas dermatológicos crônicos”.