
Um estudo desenvolvido na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, em Pirassununga, está desenvolvendo uma suplementação de ferro de origem vegetal, obtido do extrato de folhas secas de uma planta brasileira chamada ora-pro-nobis, popularmente conhecida como carne-de-pobre. Em entrevista ao podcast Os Novos Cientistas, o engenheiro de alimentos e doutor em engenharia química, Vinícius Borges Vieira Maciel, descreveu como estão as pesquisas que ele vem desenvolvendo em seu programa de pós-doutorado na FZEA, sob a supervisão da professora Rosemary Aparecida de Carvalho e com a colaboração da professora Cristiana Yoshida, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). As pesquisas de Maciel também contam com uma parceria internacional, a partir da colaboração do professor Francisco Goycoolea, da Universidade de Leeds, na Inglaterra.
Nos testes realizados até agora, Maciel verificou a possibilidade de introduzir o ferro vegetal em cápsulas. O pesquisador contou ainda que seus estudos iniciaram há cerca de quatro anos e os testes foram inicialmente realizados nos laboratórios da FZEA. “O estudo está sendo finalizado neste segundo semestre e estamos abertos a novas possibilidades de colaboração”, disse o pesquisador. E para que a população tenha um dia acesso às cápsulas com suplemento de ferro de origem vegetal, Maciel disse que serão necessários mais estudos envolvendo, inclusive, ensaios com animais e seres humanos. “Mas o que é certo é que a ora-pro-nobis pode ser utilizada como uma fonte de suplementação de ferro”, enfatizou.
Maciel descreveu a ora-pro-nobis como uma planta de porte médio que em muitos lugares chega a ser usada como cerca viva, devido os espinhos que ela possui em seu caule. “Ela é rica em proteínase é importante fonte de diversos minerais e fibras”, descreveu Maciel. A pesquisa contou com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).