Pesquisa da USP implanta projeto de leitura e escrita em prisão de Angola

Num estabelecimento penal de Cacanda, na província de Lunda Norte, em Angola, a pesquisadora Thais Barbosa Passos, da Faculdade de Educação (FE) da USP, realizou parte de seu estudo de doutorado ministrando oficinas literárias para estimular os internados a serem autores das suas histórias

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 23/06/2022 - Publicado há 2 anos     Atualizado: 13/07/2022 as 17:48
Novos Cientistas - USP
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Pesquisa da USP implanta projeto de leitura e escrita em prisão de Angola
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Um acordo estabelecido entre a USP e a Universidade Lueji A’Nkonde, de Angola, possibilitou à pesquisadora Thais Barbosa realizar sua pesquisa de doutorado num estabelecimento penal daquele país africano. Sob a orientação do professor Roberto da Silva, da Faculdade de Educação (FE) da USP, Thaís desenvolveu o estudo intitulado Literatura carcerária: a pesquisa-ação no estabelecimento prisional de Cacanda, em Angola.

A pesquisadora foi a entrevistada desta quinta-feira (23) no podcast Os Novos Cientistas, onde descreveu parte de sua experiência naquele país. Estimulada por um desafio proposto pelo professor Roberto da Silva, Thais ministrou no estabelecimento prisional de Cacanda oficinas literárias para estimular aquelas pessoas a serem autoras de suas próprias histórias. “A realidade das pessoas presas em Angola era de pouco ou nenhum acesso à atividades educacionais complementares”, disse a pesquisadora. “Eu aceitei o desafio e reescrevi o projeto de doutorado com o objetivo de estudar o sistema penitenciário angolano”, acrescentou.

Com experiências em trabalhos semelhantes no Brasil, Thais acredita que seu estudo conseguiu implantar ações de incentivo à educação e leitura. “Antes de nossa chegada, eles só tinham acesso à Bíblia. Por meio da oferta das oficinas pudemos fomentar a leitura e a escrita. Rompemos com a política de silenciamento que era vigente naquele local”, comentou a pesquisadora. Como relatou Thais, foi estabelecido naquele presídio que, uma vez por mês eles teriam um sarau cultural em que pudessem apresentar poemas, músicas e textos. “Conseguimos que fizesse parte do calendário da prisão”, contou.

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