
Uma das principais discussões sobre o choro é se esse gênero deve ou não ter letra. Essa polêmica sempre foi discutida entre os chorões, que têm opiniões diversas, já que o gênero é inicialmente instrumental. Por vezes a melodia de um choro clássico ganha versos, geralmente tempos depois da criação da música original. Por exemplo, a partitura de Flor Amorosa, do flautista Joaquim Antônio Callado – obra considerada por especialistas como o primeiro choro -, foi publicada em 1880 e recebeu letra de Catulo da Paixão Cearense somente entre 1902 e 1907.
Esse foi o tema do programa Olhar Brasileiro, da Rádio USP (93,7 MHz), transmitido no dia 12 de setembro de 2021. “O grande Alfredo da Rocha Viana Filho, o nosso Pixinguinha, teve vários de seus choros letrados. Entre tantos, não poderíamos deixar de citar o seu Carinhoso, composto em 1917, e que ganhou os maravilhosos versos de João de Barro, o nosso Braguinha, em 1936″, comentou o pesquisador Omar Jubran, produtor e apresentador do programa.
Olhar Brasileiro exibiu grandes “choros cantados”, como Brasileirinho, de Waldir Azevedo, composto em 1949, que recebeu letra de Pereira da Costa um ano mais tarde, e Doce de Coco, de Jacob do Bandolim, com letra de Hemínio Bello de Carvalho, além de Carinhoso.
Ouça no link acima a íntegra do programa.
Dedicado à divulgação da música popular brasileira, Olhar Brasileiro vai ao ar pela Rádio USP (93,7 MHz) sempre aos domingos, às 10 horas, com reapresentação na terça-feira, à 0 hora, inclusive via internet, através do site da emissora. Às quintas-feiras ele é publicado na forma de podcast no Jornal da USP e nas principais plataformas digitais agregadoras de podcasts. O programa é produzido e apresentado pelo pesquisador Omar Jubran.
As edições anteriores de Olhar Brasileiro estão disponíveis neste link.