Em abril de 2019, o explorador norte-americano Victor Vescovo desceu até o ponto mais fundo do oceano, 11 mil metros abaixo da superfície, na Fossa das Marianas, e encontrou algo muito mais assustador do que qualquer monstro marinho que você possa imaginar: lixo plástico.
Era um sinal dos tempos. A poluição plástica é um dos maiores problemas ambientais da atualidade, e o oceano não está imune aos seus efeitos. Especialistas estimam que haja algo entre 75 milhões e 199 milhões de toneladas de plástico espalhados pelo oceano atualmente, segundo um relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Grande parte desses resíduos está fragmentada na forma de microplásticos, que hoje permeiam praticamente todos os ecossistemas e toda a cadeia alimentar marinha.
A tendência é que o problema só aumente de tamanho daqui pra frente. Todas as indústrias do mundo produzem hoje, juntas, cerca de 450 milhões de toneladas de plástico por ano, e a previsão é que essa produção ultrapasse 1 bilhões de toneladas por ano até 2050. A pergunta que fica boiando no mar é a seguinte: o que vamos fazer com todo esse plástico?
Esse é o tema do terceiro episódio do podcast O Mar Não Está Pra Peixe, uma produção do Jornal da USP, com apoio do Instituto Serrapilheira, disponível a partir desta quinta-feira (1º/8) no site do Jornal da USP e nas principais plataformas de áudio.
O podcast terá cinco episódios no total, abordando desafios relacionados ao aquecimento global, à pesca, à ocupação predatória das regiões costeiras, à criação de áreas protegidas e ao cumprimento das metas de sustentabilidade estabelecidas pela ONU e outras organizações internacionais para o ambiente marinho — que estão muito longe de serem cumpridas.
Os episódios são lançados a cada 15 dias. Veja o calendário de publicações abaixo:
- 4/7 — Episódio 1: Em águas quentes
- 18/7 — Episódio 2: Entre a rede e o anzol
- 1º/8 — Episódio 3: Afogando em plásticos
- 15/8 — Episódio 4: Destruição à beira-mar
- 29/8 — Episódio 5: Tempestade perfeita