Mulheres com deficiência e em situação de violência doméstica e familiar se tornam invisíveis

Constatação foi feita em um estudo de mestrado desenvolvido na Faculdade de Direito (FD) da USP

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 12/09/2024 - Publicado há 6 meses     Atualizado: 26/09/2024 às 19:20
Novos Cientistas - USP
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Mulheres com deficiência e em situação de violência doméstica e familiar se tornam invisíveis
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Formada em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a pesquisadora Thaís Becker Henriques, decidiu realizar seu mestrado na Faculdade de Direito (FD) da USP. Sob a orientação da professora Gislene Aparecida dos Santos, ela desenvolveu a pesquisa “Às vezes, eu acreditava que eu não tinha valor”: percepções de mulheres com deficiência e da Rede de Enfrentamento sobre a violência doméstica e familiar contra mulheres com deficiência. No podcast Os Novos Cientistas, desta quinta-feira (12), Thaís concedeu entrevista ao jornalista Antonio Carlos Quinto falando de seu estudo e de sua experiência pessoal.

A chave que despertou Thaís a empreender seu estudo foi uma experiência de vida, após ter passado por uma situação de discriminação em seu ambiente profissional. “Foi quando decidi investigar sobre as barreiras que incidem no acesso de mulheres com deficiência à rede de enfrentamento à violência doméstica e familiar”, contou. Em 2015, Thaís, então estudante da graduação, tornou-se pessoa com deficiência após um acidente de carro. Ao retornar ao curso no semestre seguinte, no início de 2016, já na sétima fase do curso, também retomou o estágio obrigatório que fazia.

Nesta primeira experiência de Thaís, ela pôde perceber as barreiras que incidem cotidianamente na vida das pessoas com deficiência. “Fiquei muito preocupada com o trajeto até o Fórum, com a acessibilidade, mas consegui chegar até a audiência”, contou ela. Tudo pronto para a audiência, quando a conciliadora nomeada para cuidar do caso disse ao homem que era a parte acompanhada por Thais: “Por favor, peça para sua irmã esperar lá fora”. Foi nesse momento que Thaís percebeu que o fato de ela estar em uma cadeira de rodas interferiu na interpretação das pessoas em relação à sua situação.

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