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Maria Bethânia Viana Teles Veloso, aclamada como a “Rainha do MPB” e detentora de 23 prêmios da Música Brasileira, é uma das maiores artistas brasileiras. É cantora, compositora, produtora, atriz e poetisa. Sua trajetória musical, teve início na década de 1960 em Salvador, onde participou de diversos shows e espetáculos ao lado de Gilberto Gil e Gal Costa (1945-2022). Em 1965, estreou oficialmente na música com o álbum Maria Bethânia, que incluiu o dueto marcante com Gal Costa em Sol Negro. Em 2016, recebeu o título doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia. Bethânia continua em ativa com seu irmão Caetano Veloso em turnê inédita Caetano & Bethânia (com informações da Wikipedia).
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Imitação da Vida, um dos 22 álbuns ao vivo de Maria Bethânia, lançado em 1997 pela EMI Music Brasil, com produção de Guto Graça Mello, arte e direção de João Augusto, apresenta uma inovação: a reprodução de poemas do heterônimo de Fernando Pessoa (1888-1935), Álvaro de Campos.
Álvaro de Campos é o pseudônimo denominado pelo autor como “o mais histericamente histérico de mim”, em carta a Adolfo Casais Monteiro em 1935. Figura complexa e intrigante, Álvaro de Campos era um engenheiro naval que vivia em Londres, mas retorna a Lisboa desempregado e imerso em um mar de insatisfação com a realidade. Seus poemas exploram o decadentismo, o pessimismo, o tédio e a náusea, contrastando com a exaltação da modernidade e do sensacionismo, perspectivas que também se manifestam em seus poemas amorosos, permeados por cansaço com a impossibilidade de concretizar desejos e pela estranheza da solidão interior (com informações da Wikipedia).
Por que Fernando Pessoa?
Em entrevista à Globo, Maria Bethânia confessou seu prazer em recitar os poemas do autor português e incluí-los em seus discos. Essa admiração foi intensificada pela amizade da cantora com Cleonice Berardinelli (1916-2023), renomada professora universitária, especialista em literatura portuguesa e integrante mais longeva da Academia Brasileira de Letras.
“Mas, afinal, só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor/ É que são ridículas”
A canção Mensagem foi composta por Aldo Cabral e Cícero Nunes, produzida por Guto Graça Mello e interpretada por Maria Bethânia. A mensagem da canção desprende-se de uma mistura de sentimentos incertos. Ao incluir os versos do poema “Todas as cartas de amor são”, a letra reforça e despreza a existência das cartas de amor com saudosismo e receio pela pessoa que uma vez desprezou-lhe. Leia o poema “Todas as cartas de amor são” aqui.
A dependência das cartas como meio de comunicação intensifica a carga emocional da história, reforçando a angústia diante da mensagem recebida. As cartas, símbolos de comunicação e intimidade, assumem um papel central na canção. Sua presença evoca a era pré-digital, na qual a troca de mensagens era um ritual carregado de significado e emoção.
Ao som de Mensagem, Carlos Alberto, estudante de Física do Instituto de Física da USP, participou da enquete do programa Mosaicos Culturais, da Rádio USP. Ele ressalta a letra da canção, que remonta a um tempo em que não existiam as redes sociais. O contato pessoal era dependente das cartas. A história da música caracteriza-se pelo temor de ler a carta de um antigo amor. Diante a falta de coragem em abri-la, ela queima o envelope lacrado como uma forma de autopreservação.
Ouça o podcast no link acima.
O programa celebra a diversidade cultural, a riqueza da música brasileira e cria um senso de comunidade. O objetivo é dar voz aos estudantes da USP por meio de entrevistas sobre gostos e percepções musicais . Este podcast reproduz a experiência de escuta no programa Mosaicos Culturais – Ouça o Que Estudantes Ouvem , transmitido nos dias 8 e 9 de julho de 2024.
Se você deseja se juntar a nós nessa jornada musical, basta enviar um áudio compartilhando as melodias que embalaram seus dias e também as próprias interpretações sobre a interseção entre música e cinema. Estamos ansiosos para ouvir sua contribuição! Sua participação é essencial para enriquecer nosso dropes!
Entre em contato conosco pelo número do nosso WhatsApp: (11) 972815789.
Por Regina Lemmi Mosaicos Culturais Estudantes da USP podem participar de Mosaicos Culturais. Basta gravar um áudio respondendo à pergunta “O que você anda ouvindo?” e enviá-lo para a Rádio USP pelo WhatsApp (11) 97281-5789. Apresentação e edição: Caroline Kellen .
Estagiária sob supervisão de Magaly Prado
Ouça o que estudantes ouvem
Mosaicos Culturais vai ao ar de segunda a sexta-feira, às 11h e às 16h na Rádio USP (93,7 MHz, em São Paulo, e 107,9 MHz, em Ribeirão Preto), e ainda via internet, através do site da emissora no link jornal.usp.br/radio/. É possível também sintonizar a versão podcast pela internet em jornal.usp.br/podcasts/ Todos os episódios de Mosaicos Culturais – Ouça o Que os Estudantes Ouvem estão disponíveis na página de seu arquivo neste link.
Identidade sonora e produção: Bruno Torres
Edição: Cid Araujo
Supervisão: Magaly Prado